Segurança patrimonial repete cartilha de gerente e assedia trabalhadores da UTGCA

Fazendo escola

O assédio se tornou rotina na UTGCA. A prepotência do gerente do ativo parece ter contaminado a equipe de segurança patrimonial, que vem repetindo a mesma cartilha assediadora do chefete.

A gota d’água ocorreu no último dia 06, envolvendo um técnico de operação do grupo 4. Ao estacionar uma bicicleta, utilizada para se locomover na área, o trabalhador foi abordado como se fosse um suspeito de furto ou qualquer coisa do tipo. A ordem foi para que retirasse a bicicleta do local.

O petroleiro alegou que iria apenas assinar o relatório de troca de turno e, portanto, seria rápido. No entanto, o guarda insistiu na ordem truculenta e tentou impedi-lo de deixar a bicicleta. Depois do ocorrido, já de saída, o petroleiro foi novamente abordado, dessa vez por outro vigilante, exigindo que ele assinasse uma “advertência” por estacionar em local “proibido”.

Quem lê esse relato e não conhece o que acontece na UTGCA pode imaginar que a unidade é um exemplo de organização, afinal há um controle rigoroso dos padrões da companhia. Mas não é bem assim, isso se aplica apenas à força de trabalho na forma de assédio. As bicicletas colocadas à disposição dos operadores estão em estado deplorável com pneus carecas, sem freios e tortas. Não há manutenção e os operadores continuam usando apenas por estrita necessidade.

A alegação usada para a advertência não se sustenta. Afinal, carros e até mesmo caminhões costumam ficar parados ali da mesma maneira. Trata-se de perseguição, não há outro nome. O sentimento dos trabalhadores, com mais esse acontecimento, é de profunda indignação. Os mais antigos sabem bem que a relação entre patrimonial e operação nunca foi, em nenhuma outra unidade do sistema, tensa. Pelo contrário, sempre houve uma cooperação entre os empregados da produção e os trabalhadores da segurança da empresa. No entanto, na UTGCA a gerência vem executando muito bem a sua tarefa de destruir a ambiência na unidade.

Prova disso é que já há, entre os trabalhadores, a desconfiança geral de que exista uma determinação para que a segurança patrimonial incomode e provoque de maneira deliberada os técnicos de operação. A responsabilidade por esse tipo de dedução é inteiramente da gerência, que cria um clima de tensão cotidiana na unidade.

Pedimos a todos os trabalhadores que nos comuniquem qualquer situação semelhante, pois não iremos tolerar o clima policialesco que se instalou na unidade. A segurança patrimonial existe para proteger a unidade e os trabalhadores, não para gerar medo e apreensão. Além disso, somos todos trabalhadores, portanto a divisão interessa e favorece apenas a direção da empresa.

Os trabalhadores da segurança patrimonial são tão explorados como qualquer outro do Sistema Petrobrás. No caso dos terceirizados, a cada contrato, a cada mudança de empresa testemunhamos demissões e reduções significativas de salários e direitos. Aplicada com a conivência e aval da mesma gerência que estimula essa ambiente hostil. No caso da segurança patrimonial própria, lembramos que é um dos setores preferenciais da terceirização. Ou seja, postos de trabalho estão ameaçados de extinção. Em unidades maiores como a Replan, em Paulínia, houve redução praticamente pela metade no número de inspetores. Em 2014 tinha 15 próprios, hoje tem apenas 7. Para resistir e reverter este ataque, precisamos de união e solidariedade entre nós.

Todos sofremos com o desmonte praticado pela gestão Parente. Não existe contradição entre nossos objetivos, esse é o momento de nos recusarmos a atender a pedidos que tenha claramente o objetivo de humilhar e de confrontar colegas, pais de família. É necessário que pensemos de forma coletiva e classista, somente com a classe trabalhadora unida e certa de que nossos interesses são únicos é que teremos chance de barrar a escalada golpista de retirada de direitos que hoje assola o nosso país e a Petrobrás.