Frente Sindical protesta contra a reforma da previdência

Ato Público no dia 19

Sindicatos que compõem a Frente Sindical Classista da Baixada Santista irão realizar no próximo dia 19, segunda-feira, Ato Público contra a reforma da previdência. O protesto acontecerá na Praça da Independência, em Santos, com concentração às 18 horas.

A reforma da previdência, definida pelo próprio presidente Michel Temer (PMDB) como a grande e provavelmente última tarefa de seu governo, vem sofrendo grande resistência popular. Com essa pressão em pleno ano eleitoral, está difícil convencer a maioria do Congresso Nacional a votar favoravelmente à proposta que altera regras importantes da previdência. Os congressistas já compraram um grande desgaste, aprovando outras medidas impopulares como a lei da terceirização e a reforma trabalhista. Isso sem citar o fato de que livraram o presidente de todas as denúncias de corrupção.

Ainda sem apoio suficiente para aprovar a reforma, no total são necessários 308 votos, a proposta não deve ser apreciada no dia 20 de fevereiro, como estava previsto, mas no dia 28. A informação foi divulgada pelo relator do texto, o deputado Arthur Maia (PPS). Entretanto, mesmo com o possível adiamento, os sindicalistas não cogitam cancelar a mobilização.

“Sabemos que essas movimentações também são parte da tentativa de desmobilizar os trabalhadores. Se existe dificuldade em aprovar a proposta, a tarefa de transformar a justa indignação do povo em mobilização é ainda maior. Por isso, vamos manter o protesto e, caso o governo não tire a reforma da pauta, temos que intensificar os protestos”, afirma Flávio Saraiva, presidente do Sindicato dos Servidores de Santos.

Para Lynira Rodrigues, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Sintrajud), a defesa governista de que a reforma combate privilégios é falsa. “Veja, o governo Temer fala isso, mas ao mesmo tempo foi contra uma ação do STF que acabava com as regalias dos parlamentares. Além disso, o suposto rombo seria da ordem de R$ 189 bilhões. Mas só em sonegações e calotes, as grandes empresas devem mais de R$ 400 bilhões ao INSS. Se cobrar o que esses milionários devem, cobre o tal rombo e ainda sobra dinheiro”, defende.

A última manifestação realizada pela Frente Sindical Classista aconteceu no dia 5 de dezembro de 2017 e também pautou a luta contra a reforma da previdência. Na ocasião, mais de 300 manifestantes ocuparam a Praça da Independência e bloquearam, por cerca de 30 minutos, a avenida da praia. “Estamos fazendo uma ampla convocação. Queremos que toda a população participe, que todas as organizações como sindicatos, partidos, coletivos, estudantes se somem a essa iniciativa. Para nós, é a grande batalha. A chance de enterrar de vez a tentativa de destruírem as nossas aposentadorias”, afirma Fábio Mello, diretor do Sindipetro Litoral Paulista.

As principais críticas dos sindicalistas recaem sobre as regras mais duras para acessar a pensão por morte; a aposentadoria para mulheres somente a partir dos 62 anos, mesmo que tenham contribuído por 35 anos, para receber o teto; a aposentadoria para homens somente a partir dos 65 anos, mesmo que tenham contribuído por 35 anos, também para receber o teto; e a imposição de 25 anos de contribuição mínima aos servidores.

 “Apesar de toda a ofensiva do governo, com direito a entrevista no Silvio Santos e campanha publicitária milionária, a população segue contra. As pesquisas demonstram: mais de 70% dos brasileiros reprovam a reforma. É por isso que o governo Temer precisa comprar o apoio dos deputados. Só em emendas foram liberados mais de R$ 30 bilhões. Uma vergonha. Não vamos aceitar que os trabalhadores continuem pagando por uma crise que não produziram”, critica Michel Iorio, da Associação dos Trabalhadores do Judiciário Estadual (Assojubs).