Empresa “top” pratica assédio moral sobre trabalhadoras terceirizadas

Edisa Valongo

As trabalhadoras terceirizadas que atuam no setor de limpeza do Edisa Valongo, em Santos, têm passado por grandes apuros. Não bastasse a troca de contrato da empresa, a redução do quadro e rebaixamento salarial, o assédio moral passou a fazer parte da rotina dessas mulheres.

Diversas denúncias, inclusive de empregados próprios, que se deparam com as cenas e condições humilhantes das empregadas, comprovam o descaso da gerência e fiscalização do contrato.

A Petrobrás, que não cansa de propagandear seu respeito pelo social e se gaba de ganhar prêmios de equidade, ostenta um código de ética “pra inglês ver”. Na prática, incentiva o assédio moral ao permitir que encarregados humilhem as funcionárias. 

Elas trabalham com uniformes aos farrapos e a empresa alega que "troca os uniformes a cada 6 meses". A alegação não corresponde à realidade. Basta olhar para os uniformes utilizados para veriricar que se trata de uma mentira. 

Situações humilhantes nas quais a chefia obriga as trabalhadoras a se comportarem de “forma discreta”, nada mais são que uma forma de torna-las invisíveis. Ora, a limpeza é um serviço essencial, impossível não ter contato com essas profissionais, tão competentes e cordiais que merecem nosso respeito e apoio. 

O absurdo chega ao ponto de os encarregados exigirem o "tipo de cabelo" que elas devem ter ou aparentar, liso, ou preso e amarrado, ou seja, "domado". Quem precisa “ser domado” são os encarregados e o gerente e fiscalização do contrato. Essa “chefia” permite que esse tipo de humilhação seja imposta a trabalhadores dentro do Sistema Petrobrás. O que eles precisam é refazer os cursos de ética e conduta da empresa, pois ao que parece não entenderam o que esta empresa prega.