Petrobrás apresenta proposta para privatizar quatro refinarias

Desmonte à vista

A Petrobrás está apresentando na manhã desta quinta-feira proposta para privatizar quatro refinarias em dois blocos, duas no Nordeste e duas no Sul. Juntas, elas têm 37% da capacidade de refino total da companhia. O modelo de negócios, ainda não aprovado pela diretoria da empresa, prevê a venda de 60% das unidades. A estatal ficaria com os 40% restantes e manteria sob seu controle 75% do mercado de refino. A Petrobrás tem 13 refinarias no Brasil.

Detallhes da apresentação da Petrobrás estão disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiiários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais. O evento de apresentação acontece na Fundação Getulio Vargas, no Rio.

As quatro refinarias que devem ser privatizadas são a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia; a Refinaria do Noredeste ou Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; a Refinaria Alberto Pasqualine (Refap), no Rio Grande do Sul; e a Refinaria Presidiente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.

Além das unidades de refino, a venda vai incluir a infraestrutura logística. Associados a essas quatro refinarias estão 12 terminais. Se o plano for adiante, a Petrobrás ficará com nove refinarias e 36 terminais, além das participações naquelas quatro.

Segundo a apresentação, o objetivo da Petrobrás é fazer parcerias em blocos para assegurar a competição de mercado. Se a empresa buscasse um parceiro para todo o parque de refino, diz, manteria sua "condição hegemônica" e não permitiria a criação de mercado competitivo.

O secretário- executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, disse que o objetivo da Petrobrás, neste momento, é debater o assunto e colher sugestões do mercado.

- O objetivo é apresentar a proposta, ouvir a opinião dos especialistas e debater. Eu, por exemplo, não esperava que fosse anunciado antes, mas como tem efeito em Bolsa... - disse Márcio Félix que se surpreendeu com o comunicado da Petrobras ao mercado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o plano.

No fato relevante, a Petrobrás salienta que o evento de hoje é de “caráter técnico, sem o objetivo de anunciar uma decisão sobre o assunto”. Esclarece que o modelo preliminar que será apresentado “não conta com a aprovação formal de seus órgãos de governança (diretoria executiva e Conselho de Administração)”.

A busca de parcerias na área de refino foi aprovada no Planejamento Estratégico (PE) da Petrobrás e no Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2017-2021, reforçada no PNG 2018- 2022, conforme indicado na estratégia de “reduzir o risco da Petrobras, agregando valor na atuação em E&P, Refino, Transporte, Logística, Distribuição e Comercialização por meio de parcerias e desinvestimentos”.

Fonte: O Globo