Pela terceira vez em cinco anos, explosão em tanque de enxofre lança gás tóxico e expõe trabalhadores

Perigo na RPBC

Uma explosão em um tanque de armazenamento de enxofre assustou os trabalhadores da RPBC na última quinta-feira (17). O acidente aconteceu por volta das 19h, quando durante a transferência de enxofre líquido para um tanque que fica enterrado no solo, houve um estouro, que levantou a tampa do reservatório, lançando enxofre por mais de dois metros de distância do tanque. Por sorte ninguém ficou ferido.

Uma das hipóteses é que a explosão aconteceu devido ao acúmulo do gás H2S, presente no enxofre, que pode ter se formado no tanque, e que em contato com alguma fonte de ignição, como uma fagulha de eletricidade estática, tenha causado o acidente.

O H2S (ou gás sulfídrico) é altamente inflamável e tóxico. Em casos de acidentes como os que ocorreram, ao ser inalado, pode levar a óbito qualquer pessoa que for exposta a uma quantidade mesmo que mínima do produto.  A inalação do H2S pode paralisar o sistema nervoso central em segundos, causando uma parada respiratória.

Esta é a terceira vez que acontece um acidente do tipo na unidade.  A primeira ocorrência foi em 2013, quando a explosão fez com que a tampa do tanque fosse lançada a mais de 25 metros. Na ocasião, dezenas de trabalhadores que participavam de uma parada próxima à portaria 1 presenciaram o acidente. A segunda vez foi durante a madrugada, quando havia apenas um operador de plantão. Nos acidentes anteriores também ninguém se feriu.

Insegurança por conta e risco da direção da Petrobrás
A causa da explosão está sendo investigada pelo pessoal da engenharia do processo, operação e manutenção da Petrobrás. No entanto, a privatização da empresa é o principal motivo de incidentes do tipo.

Já na primeira explosão, em 2013, o Relatório de Tratamento de Anormalidades (RTA) indicava medidas para impedir acidentes do tipo. Porém, o gerente de produção, que já estava na refinaria nos eventos anteriores, nunca implantou nenhuma melhoria recomendada.

Com tantos acidentes já registrados, e a real necessidade de investimento para evitar possíveis desastres, o corte de 40% na manutenção das unidades é um claro indicativo de que o processo de privatização da Petrobrás está acelerado.  A economia em manutenção impacta diretamente na segurança e aumenta o perigo aos trabalhadores e moradores do entorno da refinaria.

Após três acidentes, não é possível que a empresa mantenha a política de corte de gastos com a segurança do trabalhador.

O sindicato irá acompanhar a apuração do acidente e cobrar medidas que acabem de uma vez com os riscos que a operação expõe aos trabalhadores