FNP e Sindipetro-LP apoiam a greve dos caminhoneiros

Todo apoio!

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e o Sindipetro-LP engrossam as fileiras de apoio à greve dos caminhoneiros, que já dura 4 dias. Um protesto contra a política de Michel Temer e Pedro Parente, que resultou em aumentos sucessivos no combustível, principalmente no diesel, que, no acúmulo de 12 meses, teve um aumento de 12% ao consumidor.

O movimento dos caminhoneiros autônomos reivindica que a alíquota do PIS/Pasep e o Cofins seja zerada e que haja a isenção do imposto que incide sobre combustíveis, o CIDE.  A categoria reivindica que tais mudanças ocorram sobre o diesel, o principal combustível utilizado nos fretes e demais transportes de mercadorias. 

Mesmo com o anúncio de uma redução de 10% no preço do diesel nas refinarias, nesta quinta (24), não foi o suficiente para desmobilizar os caminhoneiros autônomos que fecham estradas por todo o País.

Ainda nesta quinta-feira, houve bloqueios em pelo menos 20 estados e em vias importantes, como a Anchieta, que liga a cidade de São Paulo ao Porto de Santos.

Os petroleiros e petroleiras das bases da FNP também apoiam a greve. O Grupo 4 e horário administrativo da Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos, por exemplo, atrasaram a entrada ao trabalho em duas horas e participaram de um ato em apoio à greve dos caminhoneiros, na manhã desta quinta-feira, na porta da refinaria.

O objetivo era que a categoria entendesse que o movimento dos caminhoneiros, motivado pela sucessiva alta dos combustíveis, nada mais é do que o reflexo da nova política de preços implementada pelo governo Temer e de Pedro Parente.

Tudo isso por conta do esforço de promover a paridade do preço do nosso combustível com os preços do mercado internacional.

Sendo assim, pode se dizer que o verdadeiro problema do aumento do preço do combustível reside na atual lógica privatista e entreguista que tem sido levada adiante pela gestão de Pedro Parente na presidência da Petrobrás.

Em 2016, a direção da estatal instituiu uma nova política de preços do combustível, que passou a ser ditada pela variação da cotação do petróleo no mercado internacional, o que ocorre em dólar. Antes disso, a política interna de preço se relacionava com os custos das operações até a chegada do combustível ao posto, ou com a política econômica mais geral do governo, que poderia congelar o preço da gasolina para não impactar a inflação e garantir a continuidade do crescimento.

Ou seja, com o alinhamento do preço dos combustíveis aos parâmetros internacionais, o Estado perde a possibilidade de executar uma política que dialogue com nossas necessidades de desenvolvimento nacional.

Essa nova política de preços se relaciona com outra medida, sistematizada no documento do PMDB “Uma Ponte para o Futuro”.  Lá está previsto, entre outras coisas, a venda do controle de parte das refinarias brasileiras. 

Assim, mais uma vez perdemos a possibilidade de ditar o preço doméstico do combustível. Isso porque, com a venda do refino, a Petrobrás vai deixando de ser uma empresa integrada, com uma linha de produção que vai desde o poço petrolífero até o posto de distribuição. 

Em resumo, a problemática atual do descontrole do preço do diesel está muito mais ligada à política de privatização do refino, e da nova política de preços, do que ao excesso de “impostos”.

Para finalizar, a greve dos caminhoneiros atende ao interesse da maioria da população, em especial a mais pobre, que sofre com o preço dos combustíveis e com o reflexo no preço dos alimentos. Por isso, uma luta unificada entre todas as categorias precisa acontecer para impedir o avanço das privatizações, da desnacionalização da economia brasileira.

Em vídeo, diretor da FNP, Adaedson Costa, explica o que está por trás do aumento do combustível:

Fonte: FNP