Empresa quer definir novas regras de PLR até 30 de novembro

Às pressas

A Petrobrás começou a negociar um novo modelo de participação no lucro e resultados. Entre as mudanças, a empresa prevê a adoção de uma regra que pune funcionários por falhas em suas atividades com cortes na PLR.

Na reunião desta quarta-feira (14) a companhia deixou claro que pretende concluir as discussões para novo regramento até 30 de novembro, segundo a empresa, por ter que apresentar com urgência à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) as regras que valerão a partir de abril de 2019.

De acordo com matéria publicada no Estadão, a cláusula da PLR está sendo chamada de “sistema de consequências”. Quem receber uma advertência ou suspensão do seu gerente direto poderá ter a remuneração reduzida ou até mesmo cortada. Se o regramento for definido dessa forma o corpo de gerentes da empresa ganhará poder excessivo sobre os trabalhadores.

Outro ponto seria a adoção de novos indicadores que seguem orientações da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest).

A FNP deverá se reunir no dia 26 para saber mais sobre o regramento que deverá ser apresentado, porém já deixou claro na reunião com o RH que não aceitará um regramento montado, sem espaço para negociação com os sindicatos. “Ou se negocia ou a empresa apresenta logo o regramento e a gente apresenta para a categoria rejeitar em assembleia. Precisamos de tempo para analisar os índices apresentados, não podemos fazer essa análise de forma apressada”, explicou Adaedson Costa, secretário geral da FNP e coordenado do Sindipetro-LP.

Outra mudança que gera preocupação é o fim da antecipação do pagamento da participação no lucro. Desde o acordo de 2014, uma parcela do benefício entra na conta dos funcionários em janeiro, ainda que o resultado financeiro – com dados de lucro ou prejuízo – só saia em março. O restante é pago em maio, um mês após a PLR ser aprovada pelos acionistas em assembleia.

A Petrobrás quer também acabar com a possibilidade de os funcionários serem remunerados em anos de prejuízo. Atualmente, quando o resultado é negativo, mas as métricas de produção de petróleo, gás e combustíveis são alcançadas, a PLR é paga. Para a FNP, o pessoal de chão de fábrica não pode ser penalizado por erros de gestão. Esse ponto do acordo coletivo vigente, no entanto, não agrada à diretoria.

Fonte: Estadão e Sindipetro-RJ