Após cometer várias arbitrariedades na UTGCA, gerente do ativo é transferido para Cabiúnas

Currículo ruim

Recebemos a notícia de que o ex-gerente do Ativo de Processamento de Gás de Caraguatatuba foi transferido, no mês passado, para o Ativo de Processamento de Gás de Cabiúnas, no Norte Fluminense. A transferência, que acontece após um longo período de arbitrariedades cometidas por ele, não nos deixa satisfeitos ou aliviados.

Afinal, a mudança não é fruto das inúmeras denúncias que Sindicato e trabalhadores fizeram às diversas instâncias da empresa. Com isso, é de se esperar que os nossos colegas de trabalho do Norte Fluminense também tenham que resistir aos desmandos deste gerente.

Neste sentido, é também com preocupação que aguardamos a definição de seu substituto. Se a empresa enxergava um cenário de completa normalidade nos abusos cometidos pelo antigo gerente, é de se desconfiar dos critérios usados para definir o novo nome.

Lamentamos que a alta cúpula da companhia siga protegendo gerentes que assediam os trabalhadores e colecionam práticas antissindicais. Algumas delas, listamos abaixo para que não caiam no esquecimento e para que a categoria de todo o país conheça o “currículo” de um gerente que insiste em se posicionar como inimigo dos trabalhadores.

Greve de 2015
Durante a greve nacional da categoria, os petroleiros da UTGCA foram coagidos pela Polícia Militar ao longo dos 23 dias de movimento com o aval deste gerente. Mesmo assim, fizemos um movimento forte, com parada dos caminhões de carregamento de GLP e C5+, reduzindo o escoamento da planta e impactando na produção de óleo nacionalmente. Conseguimos derrotar os interditos proibitórios e as liminares da Justiça Estadual ao longo desses 23 dias de greve. Sem dúvida, fomos uma das bases que mais contribuiu para a manutenção dos direitos da categoria no ACT 2015/2017.

Restrição de acesso dos dirigentes sindicais

Não bastasse todo o assédio moral coletivo vivenciado durante o período da greve, os dirigentes do Sindipetro-LP foram impedidos de acessar a unidade, após a greve, sem o aval deste gerente. Não foram poucas as vezes que os próprios diretores de base tiveram o seu acesso negado. Fizemos diversas denúncias ao Ministério Público do Trabalho, relatando a situação de constrangimento vivenciada pelos diretores. As irregularidades foram apuradas, resultando na lavratura de um auto de infração pela equipe de auditores fiscais do trabalho.

Descontos indevidos de greve durante protesto da categoria

Em 2017, os petroleiros da UTGCA resolveram protestar por melhores condições de trabalho. Foram feitas diversas denúncias por questões de SMS ao sindicato e resolvemos, em conjunto, discutir a melhor forma de solucionar todas as demandas. Na semana seguinte, fomos impedidos por este gerente de adentrar na unidade, resultando em mais um dia de protesto pelos petroleiros, suspendendo a emissão e requisição de PT por algumas horas. Após uma extensa negociação, foi revogada a ordem de bloqueio do acesso dos dirigentes sindicais. Os dias de protesto resultaram em descontos indevidos de greve, que foram revertidos posteriormente após negociação com o RH da Petrobrás, que reconheceu o absurdo cometido por esse gestor. Com isso, foram corrigidos os apontamentos de frequência dos trabalhadores que participaram do protesto, com a devolução dos dias descontados.

Exames periódicos fora do horário de trabalho

Há dois anos, os trabalhadores estavam tendo que fazer os exames exigidos por lei fora do seu horário de trabalho.A empresa alegou que os trabalhadores petroleiros já possuem jornada de trabalho com quantidades de folga maiores que as previstas na CLT, por isso os exames deveriam ser feitos fora do horário de trabalho. A situação só foi revertida graças a uma ação pedia que a Petrobrás cumprisse o que determina a lei, pois submeter o trabalhador a exames fora de sua jornada por obrigações contratuais vai contra o que está garantido na CLT. Na decisão, o juiz determinou que a Petrobrás pagasse horas extras aos trabalhadores que realizarem exames fora do horário de trabalho e o o Tribunal estabeleceu ainda multa de R$ 1 mil.

Terceirização das subestações de energia

Houve uma tentativa, orgazaniada pelo gerente, de  terceirizar a operação e manutenção das subestações da unidade. As subestações abrigam todos os painéis que operam os equipamentos da planta. Caso a terceirização tivesse sido concluída, serão instintos os postos da operação e dos técnicos de manutenção elétrica, que hoje são responsáveis pelas subestações. O gerente da unidade chegou a ser indagado pelo assunto usou como justificativa “que existe muita sobrecarga de trabalho por falta de mão de obra e que colocar trabalhadores de contratadas no local não é terceirização, mas complemento de serviço”. O grande problema é que se a gerência implementar esse tal “complemento” iria abrir precedente para outras áreas da UTGCA. O que é uma tentativa velada de terceirização que infelizmente vem ocorrendo de maneira desenfreada no Sistema PetrobrásPara barrar mais essa inestida do gestor a Justiça do Trabalho de Caraguatatuba deu sentença favorável à ação movida pelo Sindipetro-LP, determinando a suspensão da terceirização da operação e manutenção das subestações de energia da UTGCA. 

Campanha pelo afastamento do gerente da UTGCA

Diante de tantos abusos, no mesmo ano fizemos uma ampla campanha pelo afastamento deste profissional da função da gerente. Isso tudo sem falar do corte do transporte de turno durante mobilização da categoria, proibição dos petroleiros que estavam trabalhando durante o período das eleições do dia 07/10 de votar, proibição de realizar os exames periódicos durante o horário de trabalho e outras arbitrariedades absurdas. Após várias manifestações, recebemos a notícia da sua transferência para gerenciar outro ativo de processamento de gás.

Iremos questionar ao Gerente Geral da UO-APGN sobre essa decisão e sobre qual será o novo gerente que irá assumir o ativo (APSP), como substituto.

Vale salientar que, apesar das diversas denúncias de assédio moral realizadas pelos empregados, e que foram encaminhadas aos órgãos internos da companhia, não houve uma única apuração efetiva. Pelo contrário, este mesmo gerente passa a ser bonificado com uma transferência para outro ativo, sem perder o status de gerente. Esse rodízio de gerentes assediadores tem que acabar. A diretoria da Petrobrás é co-responsável ao premiar os gerentes com transferências vantajosas. Caso venha outro gerente assediador para UTGCA, denunciaremos ao Ministério Público o gestor responsável por improbidade administrativa.

Fiquemos atentos! Estamos de olho!