Sindipetro-LP realiza atraso contra irregularidades no laboratório da RPBC

Descaso

Nesta terça-feira (5), os petroleiros da RPBC e UTE Euzébio Rocha, do turno e administrativo, atrasaram por cerca de duas horas, para falar sobre problemas como vazamentos de gases tóxicos no laboratório da RPBC, sobre a Resolução 23, que partiu do governo federal para diminuir os gastos das estatais com planos de Saúde e sobre a plenária sobre o novo regramento da PLR que acontece amanhã (6), na sede e subsede do Sindipetro-LP.

A data coincide com o prazo final em que a procuradoria do Ministério Público do Trabalho em Santos determinou que a refinaria da Petrobrás regularizasse a situação do laboratório, que constantemente apresenta contaminação do ar respirável. Desde o início deste ano os trabalhadores do laboratório têm sofrido semanalmente exposição a benzeno e hidrocarbonetos e várias outras substâncias no ar. A contaminação foi evidenciada através do seu próprio SMS, que foi chamado e constatou valores significantes no interior das salas do laboratório.

Alguns trabalhadores estão apresentando alteração em seus exames de urina que identifica por marcador biológico os elementos químicos Fenol, Cádmio, Mercúrio, Acetona, Arsênico, Flúor e Metanol. Além do setor medico da empresa, estes trabalhadores estão sendo monitorados pelo departamento de saúde do Sindicato.

Para piorar a situação a gerência de SMS acusou que a maioria dos problemas são causados pelos próprios funcionários que estão sabotando e criando as situações insalubres de trabalho. Só que os gestores esquecem que todas as demandas não vêm de hoje. Esta situação de insegurança se arrasta desde os primeiros anos de sua inauguração, na década de 80.

Em 2005, a Petrobrás fez um acordo se comprometendo com o Sindipetro-LP, através do Termo de Compromisso do Benzeno, em melhorar os ambientes com benzeno e que construiria um novo laboratório. No entanto, o projeto foi abandonado em 2012 e, desde então, os trabalhadores seguem expostos à contaminação de vários agentes químicos, conforme resultado dos exames médicos.

Há pelo menos 10 anos o Sindipetro-LP pede a construção de um novo laboratório com sistemas de drenagem e exaustão eficientes, um sistema hermético de lavagem de vidrarias, além do tratamento dos gases da exaustão do laboratório com a neutralização da ação desses contaminantes.

Em 2011 foi engavetado projeto para um prédio novo, que seria o grande avanço conquistado pelo GTB e Sindicato, que não tivesse interligação das drenagens de W4 da refinaria, com um sistema de ar climatizado, conforme normas brasileiras e sem ruídos exagerados, com sistema de exaustão por capela e tratamento de gases eficiente e seguro.

Não podemos esquecer das inúmeras ocorrências de emanações de benzeno em 2014, que também envolveu problemas nas tubulações do prédio (no subsolo), expondo vários petroleiros e paralisando os trabalhos por dias. Mas apesar da situação ter melhorado, precisamos esclarecer, que na verdade as emanações já ocorriam antes e continuam acontecendo, a diferença é que nesse período de 2014 elas foram quantificadas.
Em 2013 e 2015 houve grande exposição e nada foi feito para resolver o problema. Toda a estrutura do prédio do laboratório está comprometida. Há cerca de dois anos aconteceu de sair petróleo pelas torneiras e pelo lava-olhos de emergência.

A situação beira o caos e a diretoria do Sindipetro-LP não vai permitir que isso se estenda ou que algum trabalhadora seja vítima de descaso da empresa.