Não é inovação, é desmonte. Petros anuncia fechamento dos postos de Santos e Aracaju

Atendimento prejudicado

A Petros anunciou, no fim de novembro, o fechamento dos postos de atendimento das cidades de Aracaju e Santos. Segundo a fundação, as atividades serão encerradas na próxima sexta-feira - 14 de dezembro.

A alegação está sustentada em uma suposta modernização do atendimento através dos meios digitais, dentre eles o uso de aplicativo via celular. Citando os resultados de pesquisas de satisfação para legitimar o fechamento, a Petros afirma que a grande maioria dos usuários preferem se comunicar por meios digitais.

A justificativa é recheada de boas intenções, mas a motivação real nem tanto. O que a atual direção da Petros quer, alinhada à política de desmonte dos benefícios da categoria, é gerar economia com o enxugamento e consequente precarização de serviços.

Ao longo dos últimos meses, a Petros vem desmobilizando os postos avançados de atendimento em todo o país. Este processo foi iniciado nas regiões Norte e Nordeste e agora chega ao Sudeste. Desde então, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e seus sindicatos se colocaram contra. E seguimos nos posicionando contrários a esta medida, alertando para os efeitos negativos de sua implantação.

A grande maioria dos aposentados e pensionistas, uma parcela significativa dos assistidos, segue enfrentando dificuldades para se adaptar às novas tecnologias. Os próprios sindicatos, dentre eles o Sindipetro Litoral Paulista, tiveram de adotar iniciativas diante desta realidade.

Além de realizar cursos de inclusão digital com a terceira idade, destacamos funcionários para atender especificamente as demandas e necessidades deste público. Entretanto, nenhuma dessas iniciativas ainda são suficientemente maduras para extinguir o atendimento pessoal. Isso sem citar o fato que, diante de tantas incertezas sobre o plano de equacionamento, o atendimento pessoal serve ainda como um instrumento privilegiado de comunicação. Afinal, é mais humanizado e não sofre dos ruídos inerentes à comunicação por telefone ou aplicativos.

A Fundação, em vez de seguir este caminho, vai na contramão para atender única e exclusivamente um projeto de redução de custos. Seguimos os esforços junto à Petros para que reverta essa decisão e na última reunião com a Petrobras também cobramos dos dirigentes da companhia um posicionamento sobre esta decisão. Para nós, a empresa deve atuar pela reversão desta medida.