Sindipetro-LP e Sintrajus discutem situação do país com desempregados

Em frente ao PAT, em Cubatão

Na última quarta-feira (16), as direções do Sindipetro Litoral Paulista e do Sintrajus (Judiciário Estadual) estiveram na Assembleia dos Desempregados de Cubatão, que ocorre todas as quartas em frente ao PAT. Desde o aprofundamento da crise social e econômica do país, sobretudo a partir de 2016, centenas e muitas vezes milhares de trabalhadores e trabalhadoras se deslocam até o local em busca de uma oportunidade de trabalho.

Os dirigentes aproveitaram o espaço aberto pela Comissão de Desempregados para dialogar com a classe trabalhadora da região, uma das principais vítimas deste profundo período de retrocessos. Em pauta, as medidas que vêm prejudicando a maioria da população. Boa parte é operária e trabalhou ao longo de anos no Polo Industrial de Cubatão. Hoje, para além do desemprego, a realidade daqueles que ainda conseguem uma vaga no mercado de trabalho é dramática.

Somado ao fato da maior parte das vagas serem temporárias, as irregularidades e abusos cometidos pelas terceirizadas se tornaram uma rotina. Redução salarial, corte de benefícios, calotes e assédio moral são parte do cotidiano de muitos dos trabalhadores. Tudo isso não se deve somente à ganância da patronal. É o saldo das medidas anti-crise de Temer, apoiadas com entusiasmo pela patronal e grande imprensa.

A reforma trabalhista e terceirização irrestrita, aprovadas em 2017 com a promessa de crescimento e elevação do emprego, aprofundaram os ataques sobre a classe trabalhadora, criando anomalias como o regime intermitente e diversas outras flexibilizações nos direitos trabalhistas. Além disso, não aumento o número de empregos e fez explodir a informalidade e o desalento, quando não há mais esperança de conseguir um trabalho.

Mais recentemente, já no governo Bolsonaro, o fechamento do Ministério do Trabalho e a ameaça de extinção da Justiça do Trabalho demonstram que a classe trabalhadora seguirá sendo escolhida como bode expiatório de uma crise que não produziu.

O que esperar de um presidente que diz que patrão no Brasil sofre e que trabalhador tem direito em excesso? Por isso, é necessário que os trabalhadores se organizem e se manifestem coletivamente nas ruas e nos locais de trabalho contra toda e qualquer medida nociva.

O primeiro enfrentamento já está colocado na ordem do dia: é preciso derrotar a famigerada reforma da previdência. O movimento sindical combativo da região, que tem na Frente Sindical Classista um espaço privilegiado de luta e organização, seguirá dialogando com os trabalhadores para construir a necessária resistência.