Santos e Cubatão terão atos em solidariedade as vítimas da Vale em Brumadinho

Dia 1 e 2 de fevereiro

O crime ambiental ocorrido em Brumadinho, Minas Gerais, após rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, foi mais um prenúncio de outros desastres ambientais que poderão ocorrer no país se as regras para esse tipo de armazenamento não forem modificadas drasticamente.

Na região da Baixada Santista, a mesma empresa, Vale, instalou três cavas subaquáticas, para a deposição de material dragado do Canal de Piaçaguera. Os sedimentos são altamente contaminados por conta de anos de atividade industrial no polo de Cubatão.

O alerta aceso com o rompimento da barragem em Brumadinho tomou conta das redes sociais da baixada, fazendo com que moradores das cidades do litoral sul passassem a questionar o impacto ambiental e social que um eventual rompimento da cava possa acarretar para a região.

Ações dias 1 e 2 de fevereiro -  Arrecadação de água é comida
Visando retomar o debate sobre a importância de barrar a instalação da cava subaquática em Cubatão e ainda prestar solidariedade aos moradores de Brumadinho, impactados pelo desastre em Minas, o movimento “A Cava é Cova” irá realizar no dia 1 de fevereiro (sexta-feira), às 18h em Santos, e no dia 2, às 13h, em Cubatão ‘Ato em Solidariedade as vítima da Vale’.

Em Santos, o ato será na Estação da Cidadania (Avenida Ana Costa, 340). Serão recolhidas doações de água mineral para Brumadinho. Caso seja confirmada que doações do tipo não sejam mais necessárias, a água será entregue para a Cruz Vermelha.

Em Cubatão, a ação será em frente ao Parque Anelinas (Avenida 9 de Abril, sem número) os organizadores pedem que sejam entregues doações de alimentos, que serão enviados para o Instituto Sócio Ambiental e Cultural da Vila dos Pescadores.

Os impactos da Cava
Localizadas no lado cubatense do Canal Piaçaguera, divisa com Santos, em uma região chamada Largo do Casqueiro, ambientalistas, moradores e ativistas temem que um eventual rompimento cause um desastre ambiental semelhante na região. Embora a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que emitiu a licença ambiental da obra, descarte o risco de avalanche de rejeitos, o prejuízo maior seria a contaminação do complexo manguezal por metais pesados e, consequentemente, à vida humana pelas doenças que um vazamento deste pode trazer.

A construção da cava subaquática teve dois fatores decisivos, foi o meio mais barato e mais rápido, de acordo com o Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), responsável pela obra. A empresa quer aprofundar o canal para a circulação de navios, cada vez maiores e com maior calado, em sua instalação.

Para o movimento A Cava é Cova, o mais seguro seria depositar essas substâncias em um ambiente terrestre, controlado e com o tratamento e monitoramento adequados.