Petroleiros da Alemoa se mobilizam contra redução do efetivo operacional e alimentação dos terceirizados

Estamos em Luta!

Nesta quinta-feira (28) os trabalhadores próprios do turno da Alemoa realizaram o segundo corte de rendição contra a retirada de um posto de trabalho do painel de operação do terminal e pela segurança dos petroleiros, das instalações e das empresas circunvizinhas.

A diretoria do Sindipetro-LP participou de reunião nesta quinta-feira com a gerência da Transpetro, no Rio de Janeiro, onde cobrou que a empresa reverta o fechamento do posto no painel de controle da Alemoa, mudanças no efetivo do Tebar e mudança no padrão dos terminais, que possibilitaria a extinção do serviço de transporte aos trabalhadores. No vídeo, os diretores Adaedson Costa e Fabio Mello fazem um resumo da conversa com a gerência.

O primeiro corte de rendição foi realizado na segunda-feira (25), juntamente com mobilização dos terceirizados, que se uniram em atraso de duas horas com o pessoal do turno e administrativo. As mobilizações foram decididas em assembleias, nos dias 18 e 21 de fevereiro, quando se os petroleiros resolveram engrossar a pressão da categoria contra a retirada do posto de trabalho no terminal.

Na data, o sindicato recebeu o reforço do sindicato dos Metalúrgicos, que conversou com os contratados sobre os absurdos que estão acontecendo na Alemoa. De acordo com o que foi levantado pelo Sindipetro-LP, os terceirizados estão sendo pressionados por algumas empresas contratadas pela Petrobrás, que estão obrigando-os a escolherem entre receberem Vale Alimentação (VA) ou receberem marmitas, colocando em risco a segurança alimentar dos trabalhadores.Exigimos o retorno da alimentação no refeitório para toda força de trabalho. Como todos os trabalhadores tem no VA um complemento do salário, a maioria está levando marmita para comer no terminal. Revoltados com a situação, os terceirizados colocaram suas marmitas em uma mesa em frente ao terminal para mostrar para a imprensa a que ponto chegou a economia e descaso com os trabalhadores.

Essa prática é um abuso, os contratos com a Petrobrás preveem a alimentação e o VA. O que estão fazendo é diminuir custos com os empregados para aumentarem a margem de lucro das empresas contratadas.

O que está em jogo na Alemoa é a segurança dos trabalhadores, da unidade e das empresas vizinhas. Não bastasse os exemplos de acidentes que tivemos recentemente próximo ao terminal, como o incêndio na Ultracargo em 2015, que demorou sete dias para ser contido e o vazamento de gases tóxicos da Localfrio, que levou mais de 170 pessoas ao hospital por intoxicação, a Petrobrás parece estar pagando para ver algo pior acontecer.

A diretoria do Sindipetro-LP participou de reunião nesta quinta-feira com a gerência da Transpetro, no Rio de Janeiro, onde cobrou que a empresa reverta o fechamento do posto no painel de controle da Alemoa, mudanças no efetivo do Tebar e mudação no parão do terminal Alemoa, que possibilitaria a extinção do serviço de transporte aos trabalhadores. No vídeo, os diretores Adaedson Costa e Fábio Mello fazem um resumo da conversa com a gerência.

Jamais esqueceremos a tragédia da Vila Socó
Nesta semana a Petrobrás anunciou lucro em 2018 de mais de R$ 25 bilhões. É inaceitável que uma empresa que tem um lucro dessa monta queira economizar, arriscando a vida de seus trabalhadores, retirando um posto de trabalho tão importante para a segurança da unidade da Alemoa.

Devemos lembrar que há 35 anos, no dia 24 de fevereiro de 1984 um incêndio na Vila Socó (hoje Vila São José), em Cubatão, causado por vazamento de combustíveis de oleodutos que ligavam a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) ao terminal portuário da Alemoa, matou oficialmente 93 pessoas, deixando desaparecidos, segundo moradores, cerca de 500 pessoas. Acredita-se que famílias inteiras foram mortas no incêndio, não sobrando ninguém que pudesse reclamar suas mortes.

A negligência à segurança, em nome do lucro, tem causado tragédias anunciadas em todo o Brasil. Os crimes ambientais causados pela Vale em Brumadinho e Mariana reforçam a necessidade de se investir mais em segurança para se evitar e prevenir que outras tragédias aconteçam.

Estamos em luta!