Redução de postos de trabalho causa insegurança e dobra de trabalho

Píer

Com a finalidade de reduzir custos a qualquer custo, as gerências que passaram pelo Tebar foram diminuindo ao longo dos últimos anos o número de operadores de cada turno. Ocorre que, além de criar insegurança, isso potencializou a famosa dobra, que gera horas extras, pois os serviços e obrigações só aumentaram, mas o número de empregados só diminuiu.


Em 2015 o Terminal de São Sebastião tinha dezesseis operadores por turno, e de lá para cá perdemos cinco, restando apenas onze no maior terminal aquaviário da América Latina!


A empresa quer reduzir o número de horas extras realizadas, mas não para de aumentar responsabilidades que demandam mais trabalhos dos empregados. Por outro lado, a gerência continua diminuindo o número de trabalhadores. Isso é uma contradição patente, uma vez que a companhia não realizou estudos que justificassem a diminuição do efetivo, e nem implementou novas tecnologias que garantam a segurança da planta, dos empregados e da comunidade em geral.


Um número mínimo de operadores no Terminal é questão fundamental para a segurança de todos, uma vez que eles atuam em situações de emergência, como nos casos de mau tempo, chuvas excessivas, abalroamentos, princípios de incêndio, vazamentos diversos e até em falhas no sistema supervisório, além de outras inumeráveis situações corriqueiras que fazem a presença do técnico de operação necessária.
Quando se fala em píer há um agravante, pois, além dos navios e outras embarcações, braços de carregamentos e emanações de hidrocarbonetos, temos mais de vinte mil metros de tubulações de petróleo e derivados instalados sobre o mar, mais especificamente sobre o canal de São Sebastião.


O sindicato já se reuniu em outras oportunidades com os gerentes para alertá-los sobre condições e riscos de acidentes presentes nos píeres do Terminal Aquaviário de São Sebastião, mas muitos problemas continuam e falhas como equipamentos com corrosão elevada, sistema elétrico antigo dando falha e curto, manutenção com problemas crônicos, sistema de incêndio sucateado, subdimensionado e inoperante, braços fora de operação, mangotes sem supervisório, e assim por diante, continuam sem solução.


Reduzir Técnicos de Operação nos píeres para reduzir custos com horas extras é entrar em rota de colisão com a integridade dos equipamentos, dos empregados e da comunidade do entorno do terminal.
Há tantas formas de se reduzir custos de maneira eficiente, mas essa gerência insiste em criar condições de insegurança para todos.


Não há como entender esta lógica: para reduzir custos, a gerência reduziu o efetivo, a redução do efetivo fez aumentar as dobras, e agora as dobras, causadas pela redução do efetivo, são o motivo para a gerência retirar operadores dos píeres! Pode isso?