Petroleiros terceirizados e próprios do Tebar realizam atraso contra retirada de direitos

União para conquistar!

Os trabalhadores petroleiros, próprios e terceirizados do Terminal Transpetro Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, participaram nesta sexta-feira (15) de mobilização contra diminuição de efetivo, da redução salarial e mudanças nos contratos que tiram dos trabalhadores terceirizados o pagamento de vale alimentação, alimentação nos refeitórios da unidade, transporte e convênio médico estendido aos cônjuges e filhos.

Na quarta-feira (13), a diretoria do Sindipetro-LP participou de reunião com o RH da Petrobrás, no Rio de Janeiro, abordando essas mudanças nos contratos. Conforme constatado comparando os contratos anteriores com os atuais, as exigências de alimentação, transporte e convênio médico não constam mais nos novos contratos. Após a reforma trabalhista e da Lei da Terceirização, os benefícios estão sendo retirados dos contratos, causando mais prejuízos aos trabalhadores e aumentando com isso o lucro das empresas.

Após o atraso, a gerência do terminal agendou reunião com os sidicatos para tratar dos assuntos abordados, assim como a contratação de mão de obra local nos novos contratos.

“O governo Temer assumiu com o objetivo de tirar dos trabalhadores todas as conquistas de anos de lutas em prol dos empregadores, com a pretensa proposta de gerar mais empregos. No entanto, o que vemos é o oposto, mais desemprego e precarização do trabalho. O governo Bolsonaro já mostrou ao que veio, desmontando o Ministério do Trabalho, atacando as finanças dos sindicatos com a proibição de desconto sindical na folha de pagamento e com a proposta da “carteira verde e amarelo”. Não vamos nos iludir, esperando por benesses da Petrobrás ou do governo. De agora em diante, a luta deve ser por garantir nos acordos coletivos dos trabalhadores terceirizados do Sistema Petrobrás tudo o que foi perdido nos últimos dois, três anos. Esse embate será feito com mobilizações e se for necessário com paralisação geral dos trabalhadores, próprios e terceirizados da Petrobrás”, disse o diretor Fabio Mello.

Cumpra-se: contratação de 70% de mão de obra local
O protesto, que durou pouco mais de duas horas, devido à chuva, foi organizado pelo Sindipetro-LP e Metalúrgicos, que além dessas demandas, cobraram da gerência do terminal que as empresas prestadoras de serviços obedeçam a legislação do município de São Sebastião de contratação obrigatória de 70% da mão de obra local.

Trabalhadores da região denunciaram ao sindicato dos Metalúrgicos que algumas empreiteiras iniciaram obras no Tebar e que mesmo com a presença diária de profissionais capacitados na entrada do terminal em busca de vagas anunciadas, as empresas têm dado preferência a mão de obra vindas de fora da região. “Nós ficamos pacientemente esperando para preencher uma ficha, mas somos impedidos porque as vagas já estão preenchidas. Quando nos exaltamos, questionando como podem empregar gente de fora, com tantos profissionais aqui precisando de oportunidade, somos apontados como agitadores, que não podemos causar tumulto e ficamos marcados no terminal. Somos trabalhadores, não agitadores, mas estão nos proibindo até mesmo de nos indignarmos”, comentou um trabalhador desempregado durante o ato.

Durante o atraso, os sindicatos falaram sobre a proposta de reforma da Previdência, que aumenta o tempo de contribuição de homens e mulheres, acaba com a aposentadoria especial e submete a grande maioria dos trabalhadores brasileiros a morrerem sem se aposentar, dentre outros fatores. Com a grande parte da mídia nacional defendendo a proposta de reforma do governo, cabe aos sindicatos fazer a contra argumentação.

O ato desta sexta acrescenta mais um capítulo das lutas dos trabalhadores do sistema Petrobrás do Litoral Paulista, iniciados neste ano com os atrasos que estão ocorrendo na Alemoa, pelos mesmos motivos. Se pelo diálogo não houver avanços, os trabalhadores já cobram o próximo passo: greve!