Atraso no Edisa alerta categoria para organização contra assédio e privatização

Terceirizados e próprios: somos todos petroleiros!

Nesta terça-feira (19), a mobilização dos petroleiros do Litoral Paulista foi no prédio administrativo da Petrobrás, no Valongo, em Santos (Edisa).

Com atraso de duas horas, o Sindipetro-LP falou com os trabalhadores sobre a desmobilização que acontece no Edisp, em São Paulo; das condições cada vez piore dos trabalhadores terceirizados, que além de baixos salários estão perdendo transporte, vale alimentação e convênio médico para seus dependentes em cada novo contrato assinado com a empresa; sobre a proposta de reforma da Previdência do governo, que irá prejudicar todos os trabalhadores, independente da renda; resolução 23 e as mudanças esperadas na AMS, dentre outros assuntos.

Assédio no Edisp – Ninguém está salvo
No dia 25 de fevereiro, em São Paulo, uma reunião entre gerência e trabalhadores da Petrobrás abalou toda a força de trabalho. Ao detalhar como será conduzida a desativação do EDISP, o gerente executivo de Recursos Humanos, Claudio Costa, informou que nem todos os petroleiros do prédio (cerca de 700) permanecerão na companhia. No português claro, avisou que haverá demissão em massa compulsória.

Não bastasse o grave conteúdo da fala, relatos de quem estava na reunião dão conta que o tom foi ameaçador, configurando assédio moral coletivo. Isso sem citar o fato de que, deliberadamente, o Código de Ética e ACT foram frontalmente desrespeitados, uma vez que trabalhadores foram assediados e em nenhum momento os sindicatos foram comunicados sobre este plano.

Diante da rápida reação do movimento sindical e da enorme repercussão de sua fala, com direito a áudios vazados via whatsapp e reportagens na grande imprensa, uma operação de redução de danos foi posta em prática. Roberto Castello Branco, presidente da companhia, gravou vídeo desmentindo a informação. Em reunião com a FNP, que exigiu explicações imediatas, Claudio Costa também desmentiu o que havia dito horas antes.

O recuo demonstra que a reação da categoria e dos sindicatos surtiu efeito. Mais de 150 trabalhadores do EDISP, um prédio sem tradição de mobilização, paralisaram as atividades dois dias depois. Uma ação fundamental, que substituiu o medo e paralisia pela reação coletiva que unifica os trabalhadores e dá força neste grave momento.

Se no passado recente os seguidos alertas do movimento sindical pareciam exagerados para alguns, as ameaças dirigidas por Costa demonstram que as previsões estavam corretas. De fato, o objetivo do atual governo é privatizar a companhia aos pedaços e entregá-la à iniciativa privada. E isso envolve o enxugamento de sua força de trabalho, seja através de programas de desligamento voluntário, seja unilateralmente.

Precisamos de união e mobilização para barrar este plano, pois não se trata de um ataque isolado ao EDISP. Ninguém está a salvo. Não há nenhuma garantia, por exemplo, de que os petroleiros do Valongo estão seguros, ou de que novos cortes e ameaças não serão feitas.

Não há mais tempo a perder, todos estão sob a mira do plano privatizante de Paulo Guedes. Num momento em que o governo e direção da Petrobrás elegem os trabalhadores e sindicatos como inimigos, a resposta deve ser nossa união.