Venda de refinarias não é o exercício do livre mercado, é entreguismo

Privatização

De que livre mercado estamos falando quando uma empresa é obrigada a abrir mão do seu patrimônio pra ajudar a concorrência? É o que a gestão Bolsonaro quer impor à Petrobrás com a venda de metade das nossas refinarias, entregando a preço de banana o parque de refino brasileiro às multinacionais.

Na noite de ontem, 16 de abril, com repercussão horas depois no próprio Jornal da Globo, em rede nacional de televisão, o colunista do G1 João Borges publicou reportagem revelando que a Petrobrás venderá metade das refinarias a partir de junho. As refinarias ficam nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

Aliás, cabe ressaltar que a notícia foi publicada poucas horas após divulgarmos o lançamento do Fórum Popular em Defesa da RPBC, que acontece na próxima segunda-feira (22) justamente para organizar a luta contra a venda da Refinaria de Cubatão.


Fábio Mello, diretor de Comunicação do Sindipetro-LP, comentou a notícia. Confira no vídeo abaixo:

 

Crime de lesa pátria
Se a intenção do governo é abrir ainda mais o mercado, o que seria mais sensato dentro dessa lógica? Atrair investimentos internacionais para a construção de novas refinarias, estimulando geração de emprego e renda. Falam muito em monopólio do setor, mas ele foi quebrado na década de 1990. Qualquer empresa pode investir aqui, o que falta é disposição pra isso. O mercado quer lucro fácil, sem esforço.

Transformando a Petrobrás em "entidade filantrópica", Bolsonaro quer entregar o filé mignon do mercado petrolífero para os gringos. Isso é entreguismo!

Aí sim ficaremos totalmente vulneráveis às variações das cotações internacionais do petróleo. Se o petróleo subir, quem tem dúvidas que as refinarias privadas vão aumentar imediatamente o valor dos seus produtos? O mercado só pensa no lucro. A Petrobrás, ao contrário, foi criada justamente para atender outra lógica. A do desenvolvimento nacional, a da responsabilidade social com seu povo. E, por isso, não deve ter como meta o lucro fácil.

E não duvidem. Na primeira crise do setor, essas empresas não hesitarão em fechar suas refinarias e transferir seus investimentos para outro país, causando desemprego de imediato e a total submissão energética ao mercado internacional de combustíveis, nos deixando de joelhos e vulneráveis como nação soberana.

Participe do Fórum em Defesa da RPBC!

O lançamento do Fórum Popular em Defesa da RPBC será no dia 22 de abril, às 19 horas, na R. Assembleia de Deus, 39, 2º andar, Jardim São Francisco, em Cubatão. Na ocasião, será exposta em detalhes esta ameaça. Além disso, a intenção é construir ações que ajudem a impedir que mais uma vez milhares de cubatenses sejam afetados por uma política desastrosa.
 

Se não houver resistência da população e dos trabalhadores, voltaremos ao pesadelo de demissões em massa e desmonte do patrimônio público. O trágico exemplo da antiga Cosipa deve servir de lição. Precisamos resistir antes que seja tarde demais!

Link para o evento no Facebook:
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