Falta de investimento em tecnologias de comunicação prejudica telemedicina e embarque e desembarque em Merluza

Plataforma sucateada

Uma serie de problemas de comunicação com os atendimentos por Telemedicina, na plataforma de Merluza, tem provocado apreensão nos trabalhadores, que estão preocupados com o serviço prestado.

O último caso ocorreu na madrugada de quinta-feira (25), quando um trabalhador procurou a enfermaria com dores no peito, foi atendido por um enfermeiro, que tentou fazer o exame de eletrocardiograma, mas não conseguiu, pois a toda hora a comunicação com a plataforma caia. Após algumas tentativas o enfermeiro diagnosticou o caso como dor muscular. Em outra ocasião, um trabalhador relatou o mesmo problema, o que mostra que a situação é rotineira. 

Ao que tudo indica, as falhas de comunicação são generalizadas, dificultando não somente a telemedicina, mas inclusive o embarque e desembarque na plataforma.

Na semana passada, na troca de turma, o voo foi suspenso devido à falha de comunicação.  Conforme foi apurado posteriormente, o problema foi ocasionado por uma falha no inversor que alimenta os equipamentos da TIC. A rede de comunicação de voz e dados é lenta e não comporta o fluxo de informações necessárias ao longo do dia, o que faz com que uma simples ligação sempre acabe sendo interrompida por falhas, que derrubam a ligação.

O problema já foi levado ao conhecimento para a gerência de SMS/SAD (Saúde) que respondeu que o sistema é distribuído para suprir prioritariamente a Telemedicina, porém, nem mesmo isso tem sido cumprido.

A velha lógica de sucatear pra vender
Em funcionamento desde 1993, Merluza está desde 2017 dentre as 30 áreas produtoras de petróleo espalhadas no país que figuram na lista de desinvestimento da Petrobrás. A falta de investimento em tecnologia na plataforma, podemos supor, segue a velha lógica do sucateamento para vender, a um preço módico, uma plataforma que ainda está em pleno funcionamento. Para a gerência de Saúde da empresa, dá-se um jeito nos problemas, uma vez que ninguém morreu a bordo, o que talvez, ai sim, justificaria um investimento dessa monta.

Fato é que em outras plataformas mais novas, como no caso da P-69, esse tipo de problema não é corriqueiro como em Merluza.  A negligência por falta de investimentos em tecnologias na área de comunicação na plataforma prejudica não somente o atendimento em telemedicina, do qual somos críticos por não oferecer o atendimento humanizado que o trabalhador precisa, mas também por prejudicar a comunicação quando é preciso embarcar ou desembarcar na plataforma.

A plataforma segue sem técnico da TIC embarcado, o sistema encontra se deteriorando e com manutenções precárias. Não existem investimentos em melhorias, o que foi constatado pelo Gerente Geral da empresa, na ultima visita que fez à plataforma, quando se aborreceu com a rede e perguntou se era assim mesmo. Ao ser informado que sim, o GG chamou o gerente de plataforma e determinou que fossem colocados cabos de fibra ótica, o que até agora não aconteceu.

O Sindipetro-LP está cobrando das gerências responsáveis pela plataforma que resolva o problema definitivamente, pois o risco de um acidente ou mesmo uma pane durante o atendimento de um trabalhador  via telemedicina é cada vez mais iminente.