Assédio Moral: Uma Prática Constante em Períodos de Greve

Absurdo

Se não bastassem as práticas constantes de assédio moral no ambiente de trabalho, que muitas vezes não são devidamente averiguados pela alta administração da companhia, os petroleiros tiveram que “aturar” mais uma vez o desrespeito e a intransigência de gerentes arrogantes durante a mobilização para a greve geral.

Na semana que antecedeu o dia da greve geral, no dia 14 de junho, vários empregados das bases do Litoral Paulista relataram convocações e intimidações de gerentes para comparecimento ao local de trabalho, em flagrante violação à lei de greve (7.783/09). O Art. 6º, § 2º, da referida lei versa que “É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento. ”

É nítido que os gestores da Petrobrás nunca respeitaram a lei de greve. Pelo contrário, além de não cumprirem a lei, utilizam-na para enfraquecer o movimento, ignorando a decisão coletiva de greve aprovada em assembleia dirigida pelo Sindicato.

É importante ressaltar que a atual política de valorização do empregado adotada pela companhia (PPP - Pagamento de Prêmio por Performance) corrobora com esse tipo de situação. O individualismo é altamente valorizado. São exigidas metas desproporcionais, retrocedendo-se ao puro conceito da meritocracia, do subjetivismo e do oportunismo.

As metas coletivas são deixadas em segundo plano e acabam não sendo valorizadas. Nessa busca incessante pelo destaque e pela preocupação em atender ao estipulado, o trabalhador acaba aceitando esse "desafio" sem se dar conta que está sendo assediado com essa nova política de remuneração variável. Para os "amigos do rei" tudo, para os demais, só migalhas.

Na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, além de a gerência convocar ilegalmente vários supervisores, coordenadores e engenheiros sem função gratificada a compor a sua equipe de “contingência” e ter um esquema pronto para que fiquem dentro da unidade, como dormitórios, um diretor do Sindipetro LP foi constrangido e ameaçado pelo seu gerente imediato, logo após o encerramento do seu expediente de trabalho.

Com um tom agressivo o gerente exclamou: “Você vai sair da unidade por bem, ou por mal, vaza! ”. Vale salientar que este estava acompanhado de dois vigilantes terceirizados e um coordenador do Compartilhado, que adentraram ao vestiário da unidade para constranger o dirigente sindical. “Não houve conversa. É assim que eles agem, na imposição unilateral das suas vontades, em total desrespeito ao empregado. Mesmo relatando que estava com dor de cabeça e precisava me dirigir até o ambulatório para atendimento, fui obrigado a sair da unidade escoltado pelos dois vigilantes que estavam sob ordens do gerente. Não houve negociação”, afirma o diretor.

Não podemos mais permitir que situações desse tipo voltem a ocorrer. São situações absurdas, pra não dizer criminosas, que muitas vezes ocorrem no ambiente de trabalho e que na grande em geral, não são denunciadas. É preciso acabar com essas práticas abusivas desses gestores inconsequentes. Assédio moral não deve ser tolerado! Denuncie!