Mais de 650 trabalhadores se mobilizam contra calote de terceirizada da RPBC

Sem salários e direitos

Cerca de 650 trabalhadores, contratados para a parada de manutenção da RPBC, em Cubatão (SP), pela empresa Master Logic, estão sem receber os dias trabalhados e agora estão desempregados, após a Petrobrás cancelar a prestação de serviço por quebra de contrato. A empresa ainda não informou quando irá pagar os atrasados e as rescisões.

Diante do calote, os trabalhadores organizaram protestos em frente à portaria 10 da refinaria na quarta (26) e nesta quinta-feira (27), cobrando os dias trabalhados, pagamento de vale alimentação, rescisão e o mais importante: garantias de que serão absorvidos pela empresa que substituirá a Master Logic no contrato da parada da refinaria.

A Comissão dos Desempregados de Cubatão, com os sindicatos da Construção Civil, Metalúrgicos e Petroleiros exigem da gerência da refinaria a efetivação dos pagamentos e compromisso de contratação dos trabalhadores pela nova empresa. Embora a Petrobrás tenha sinalizado aos diretores do Sindipetro-LP que a nova empreiteira irá absorver a força de trabalho, à imprensa a companhia afirma que não tem gerência sobre as contrações de terceiros. Diante desse impasse, os trabalhadores permanecerão mobilizados, até que uma solução seja apresentada.

O problema com a Master Logic começou antes mesmo do início da manutenção, que tinha previsão de até 45 dias de trabalho, durante a pré-parada. Alguns trabalhadores já estavam alocados na refinaria desde o dia 3 de junho, enquanto outros aguardavam a liberação dos crachás para iniciarem no contrato. No entanto, após atraso do adiantamento de salário e vale alimentação, a Petrobrás rescindiu o contrato com a empresa. A Master Logic ainda reteve as carteiras de trabalho, que somente hoje começaram a ser devolvidas na sede do Sintracomos, em Cubatão.

O descaso com os terceirizados é tanto, que os trabalhadores que tinham pertences nos armários dos vestiários na RPBC só puderam reavê-los mediante escolta da segurança da refinaria. Uma situação degradante.

A Comissão de Desempregados recomenda que os trabalhadores com pendências procurem o Sindicato da Construção Civil, que durante esses dias está mobilizado para atender os terceirizados.

O Sindipetro-LP está acompanhando a situação, fazendo o possível para pressionar a empresa a resolver a situação dos trabalhadores. Aliás, uma das reivindicações da atual campanha reivindicatória da categoria é a implementação de garantias para os trabalhadores terceirizados, seja no pagamento dos direitos e salários atrasados, seja no estabelecimento de normas rígidas para contratação de empreiteiras.

A experiência recente vem demonstrando que a política de redução de custos da empresa, com a contratação das empresas que cobram o menor valor, sai barato para os interesses privatistas da atual direção da Petrobrás, mas sai muito caro para o lado mais fraco da corda: os trabalhadores.