Mobilizando a categoria
Mais um dia de mobilização em defesa do refino. Petroleiros da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) estão, nesse momento, unindo forças em um ato na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), Bahia, ativo na lista das refinarias que estão à venda, anunciadas pela Petrobrás.
Desde o início das reuniões de acordo coletivas com o RH da Petrobrás, em que pouco se avançou, as lideranças petroleiras passaram a mobilizar suas bases localmente, passando os informes sobre o ACT e principalmente reforçando os atos contra a privatização nas unidades anunciadas para venda pela Petrobrás.
De maio até junho, entre mobilizações contra a reforma da Previdência e pela Educação, as duas federações realizaram atos na Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Minas Gerais, Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) em Araucária, no Paraná e na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, no Rio Grande do Sul.
O movimento faz parte de um calendário de lutas organizado pelas duas federações que uniram forças contra a política de desmonte do atual governo e pelo Acordo Coletivo da categoria.
Além das unidades citadas, foram anunciadas também a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX, no Paraná), Isaac Sabbá (REMAN, AM) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).
Conforme salientado pelo vice presidente da República, general Hamilton Mourão, em sua entrevista ao jornalista Pedro Bial, na Rede Globo, a Petrobrás “vai perder os anéis e vai ficar com os dedos”, disse, se referindo à decisão do presidente Jair Bolsonaro: “O presidente já deu luz verde (...) Essa é a decisão que está tomada (...) vai vender refinarias, essas coisas aí”, concluiu, demonstrando desinteresse e ignorando a importância do que chama “essas coisas aí”.
O que está em jogo não são apenas os empregos ameaçados pela privatização, o que já representa uma perda sem precedentes para a economia e soberania do país, mas a dependência nacional por derivados de petróleo e desmonte da indústria nacional.
Se para alguns a ascensão dos militares no poder garantiria a defesa das riquezas do Brasil, os 200 primeiros dias do governo demonstraram justamente o contrário, estão entregando tudo, de nossas aposentadorias, aos nossos direitos. Com o Supremo, com tudo.
Caberá ao trabalhador petroleiro defender a empresa, como em 1995, ano em que a categoria se levantou contra a privatização da Petrobrás desenhada pelo então governo de Fernando Henrique Cardoso.
Os trabalhadores estão com disposição de lutar e estão dando o sinal do descontentamento nas assembleias, recusando a proposta da empresa.
Estamos em luta!