Gerente geral da Revap e coordenadores “invadem” assembleia para tentar aprovar ACT

3ª Proposta foi rejeitada

O gerente geral e dezenas de coordenadores e outros gerentes da Revap, em São José dos Campos, pela primeira vez resolveram participar, na manhã desta terça-feira (13), da Assembleia convocada pelo Sindipetro-SJC.

Em uma situação inédita para a maioria dos trabalhadores presentes, a movimentação peculiar dos chefes tinha como objetivo aprovar a proposta da direção da Petrobrás e pressionar os trabalhadores presentes a ceder à pressão dos chefes. O uso de “cargos de confiança” para disputar a assembleia, incluindo o gerente geral da unidade, não pode ser visto de outra forma senão como assédio moral coletivo.

Entretanto, não será assim tão fácil impor a retirada de direitos e rebaixamento salarial aos petroleiros. Os trabalhadores do grupo 1 e do regime administrativo rejeitaram a proposta com larga vantagem, com 230 votos contra, 81 a favor e 19 abstenções. Com isso, a categoria deixa claro que não vai aceitar banco de horas, rebaixamento do valor da hora extra, aumento da cobrança da AMS, reajuste salarial de apenas 70% da inflação e licença para demissão em massa.

Esta é a terceira contraproposta de ACT apresentada pela Petrobrás em negociação com as federações e sindicatos e não apresenta avanços em relação às anteriores. Por isso, vem sendo rechaçada pela categoria nacionalmente. A orientação nacional da empresa é “invadir” as assembleias para tentar aprovar na marra a proposta da empresa. Em São José dos Campos, as assembleias seguem até o dia 19 de agosto.

Aqui no Litoral Paulista, a assembleia ocorre no dia 20 de agosto e certamente enfrentará a mesma situação. Com primeira chamada às 17h30 e segunda chamada às 18 horas, na sede (Santos) e subsede (São Sebastião) do sindicato, a votação da terceira proposta ganha importância estratégica para a continuidade da luta. Para que a opinião da ampla maioria dos trabalhadores seja expressada não tem fórmula mágica, é preciso que todos participem.

Infelizmente, sob um governo que se declara inimigo dos trabalhadores e sensível ao “sofrimento” dos grandes empresários, não poderíamos esperar outra postura da atual gestão da Petrobrás. Em vez de atender às reivindicações da categoria, que se resume à manutenção do atual acordo coletivo, prefere adotar como tática a chantagem e pressão descarada sobre os trabalhadores.

“Os petroleiros deram um importante recado para Castello Branco e o governo Bolsonaro: não vamos aceitar rebaixamento de direitos e o desmonte do sistema Petrobrás. Se a empresa não avançar na proposta, os petroleiros vão cruzar os braços”, afirma o presidente do Sindipetro-SJC, Rafael Prado.