Há 35 anos ocorria acidente na plataforma de Enchova

Não esqueceremos

Nesta sexta-feira 16 de agosto, data em que os petroleiros de todo o Brasil se mobilizaram no Dia Nacional de Luta contra a venda das refinarias e por um Acordo Coletivo digno, o maior acidente de trabalho da Petrobrás completa 35 anos. O incêndio na plataforma de Enchova, em 1984, causou a morte de 37 trabalhadores.

O acidente foi provocado pela queda de uma das baleeiras, embarcação usada para tirar os trabalhadores da plataforma, que causou a morte dos companheiros. Com muita tristeza lembramos a perda desses trabalhadores. Ao mesmo tempo a memória desse acidente precisa ser combustível para nossa luta. Infelizmente, nos últimos anos, os riscos de acidentes nas operações da Petrobrás têm aumentado. Ao contrário do que dizem as NRs e regras internacionais do trabalho, que estabelecem padrões que poderiam evitar acidentes e mortes no trabalho, pois nada acontece de forma isolada ou por mero acaso, as gerências da Petrobrás buscam punir o trabalhador ao invés de procurar as causas do ocorrido.

O desinvestimento e a pressão para aumentar os lucros dos acionistas aumenta a insegurança. As principais vítimas têm sido os petroleiros terceirizados. Para se ter ideia, entre 1995 e 2017 houve 372 mortes de petroleiros. Destes, 303 eram terceirizados. Para a direção da Petrobrás e para os governos, são apenas números. Mas para nós, são nossos colegas, nossos amigos, companheiros que tiveram a vida interrompida deixando um vazio em suas famílias.

NRs na mira de Bolsonaro
O Brasil é o 4º país no terrível ranking dos acidentes de trabalho. Por aqui morre um trabalhador a cada 3h40min em acidentes. Para piorar a situação, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) quer mudar as normas regulamentadoras (NRs), tornando-as mais frouxas. Essa é só mais uma das medidas que o presidente que parece odiar o trabalhador quer impor em obediência ao mercado.

Ato em homenagem às vítimas de Enchova contra os acidentes e mortes no trabalho

Durante os atos realizados nesta sexta-feira pelo Sindipetro-LP os 37 trabalhadores mortos no acidente da plataforma de Enchova, vítimas de uma política perversa de sucateamento da empresa e suas instalações, foram lembrados.  Na UTGCA, em Caraguatatuba, foi feita a leitura do nome dos 37 trabalhadores mortos e um minuto de silêncio. Na Alemoa, em Santos os trabalhadores foram lembrados.

Em um momento de duros ataques, com a exclusão de mais de 90 normas regulamentadoras e aprovação da MP da Liberdade Econômica, que aprofunda os efeitos perversos da reforma trabalhista sobre a vida dos trabalhadores em nome do lucro, relembrar esta tragédia não se trata apenas de memória, mas de alerta: a política da atual gestão não é nova e já se demonstrou desastrosa para os trabalhadores.

Em memória dos trabalhadores mortos em enchova
Antônio Francisco Fernandes, Antônio Pio Sales, Antônio Ricardo Pessanha Barretto, Carmélio Pimenta do Nascimento, Claudio Luis Pacheco Santos, Daniel Fortunato, Edson Rodrigues Simões, Everton Gomes da Silveira, Flávio Pereira de Souza, Gecildo Laerte Braga, Geneci da Silva, Hélio Cerqueira, Jonas dos Santos Coutinho, José Carlos Diniz, José Carlos Ferreira, José Renato Lopes Lima, Lédio de Carvalho Gonçalves, Luís Carlos Barbosa, Marcos Rogério Medeiros Queitos, Marcos Teixeira Cortes, Murilo Machado, Nelson Luiz de Oliveira Souza, Paulo Jorge de Oliveira, Paulo Roberto Barreto Lima, Richard Takahashi, Rigott Marcelino Barbosa e Rômulo Magno Ribeiro Lima. Da empresa Meymar: Aldemir Soares da Silva, Álvaro Cabral, Carlos Henrique Cabral, Gelson Gueiros Campinho, José Manoel de Oliveira, Roberto de Souza, Salomão Souza Godinho e Valcir Brandão Gonçalves. Da PRU Engenharia:- Gilberto Raimundo da Silva. E da Rolls Royce, Luís Conrado Luber. PRESENTE!

Fonte: Sindipetro-AL/SE