Com denúncia às injustiças, 25º Grito dos Excluídos faz mutirão e passeata em São Vicente

"Este sistema não vale"

Com o lema “Este sistema não vale – lutamos por Justiça, direitos e liberdade”, a 25ª edição do Grito dos Excluídos ocupou as ruas de diversas cidades do país no último sábado, 7 de setembro, quando é celebrada anualmente a Independência do Brasil. Há mais de duas décadas, as manifestações visam justamente questionar a data e dar visibilidade às reivindicações e lutas da maioria do povo brasileiro - até hoje privada da plena e justa liberdade.

O lema desta edição fez alusão ao crime ambiental cometido pela Vale em Brumadinho (MG), exigindo a punição da empresa e resgatando a memória das vítimas do desastre que teve como uma das principais causas a busca pelo lucro custe o que custar. Até o momento, 248 mortos foram identificados e outras 22 pessoas seguem desaparecidas ou não identificadas.

Na Baixada Santista, a cidade de São Vicente, no Jardim Irmã Dolores, foi definida como local das atividades sociais e da tradicional passeata. Durante a manhã o contato com a população começou com o café da manhã servido aos moradores do bairro, seguido de mutirão de limpeza da Lagoa Irmã Dolores. As entidades que desde o início se empenharam na construção do Grito montaram tendas temáticas para fomentar a conscientização sobre temas fundamentais como previdência social, meio ambiente, direitos trabalhistas e combate ao machismo e violência às mulheres. Também houve apresentação teatral.

No período da tarde, com direito à bateria formada por crianças e jovens do Instituto Camará, os manifestantes saíram em passeata pelas principais ruas do bairro, verbalizando as principais lutas deste período, tais como a defesa da educação pública, das liberdades democráticas, do patrimônio público e dos direitos sociais.

O Sindipetro Litoral Paulista esteve presente, levando mais uma vez às ruas a defesa da soberania nacional, com a denúncia ao projeto de desmonte e privatização da Petrobrás, cujo objetivo é entregar nossas riquezas a preço de banana para as multinacionais. A venda de metade do parque de refino e os leilões do pré-sal integram este projeto que aprofunda a recolonização em curso no país.

O Grito dos Excluídos da Baixada Santista contou com a organização e participação das pastorais sociais da cidadania e da juventude; do Conselho de Leigos da Diocese de Santos; da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito; movimentos de moradia, como a Central de Movimentos Populares (CMP); Fórum em Defesa das Aposentadorias; Sindipetro Litoral Paulista, Sintrajus, Sindicato dos Bancários, APEOPESP, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Central Única dos Trabalhadores; Frente da Ponte pra cá; Fórum da Cidadania; Baixada Santista Sem Medo; movimentos ambientalistas como a Cava é Cova e em defesa da população negra como a Unegro, coletivos feministas como Maria Vai com as outras e Ana Montenegro; estudantes e juventude organizada como UJS e UJC, grupo Linhas de Santos e demais organizações políticas. Colaboraram ainda os movimentos Acredito, Movimento Poletize, Economia Solidária e o Instituto Camará.

Foto: Fernando Diegues (Sindicato dos Bancários)