FNP contra o abandono do Nordeste e em defesa da Petrobrás

Ato em Furado

Em meio à política vigente de desmobilização do Nordeste e privatização da Petrobrás, dirigentes da FNP se somam a outros petroleiros para homenagear as vítimas do acidente ocorrido na Estação de Furado, em São Miguel dos Campos, 71km de Maceió.

Na época foi divulgado que o acidente foi ocasionado por uma explosão na tubulação de gás natural da Petrobrás. O acidente aconteceu em setembro de 2008 e deixou 4 vítimas fatais, além de dois feridos.

A estação ficava no complexo de produção de Furado, que extraia petróleo e gás natural. Segundo informações divulgadas no período do acidente, a explosão chegou a arremessar a parte superior de um tanque de armazenamento de gás com capacidade de 76 metros cúbicos, que estava vazio. Um caminhão e um carro também foram atingidos pelo fogo.

Contra o abandono do Nordeste pela Petrobrás

A FNP luta contra a desnacionalização do Nordeste. A Petrobrás não apenas se desfez de ativos importantes para o seu valor de mercado, mas, sobretudo, abdicou de controlar subsidiárias estratégicas para o País e para a sua própria verticalidade no mercado de petróleo.

A anunciada venda de todas as refinarias que a Petrobrás possui no Nordeste é mais um grave atentado que a equipe econômica do governo Bolsonaro impõe ao Ministério das Minas e Energia, que parece atuar apenas como coadjuvante executor desta verdadeira liquidação.

A Bahia, por exemplo, foi informada que 2,5 mil terceirizados da Petrobrás serão demitidos até o final do ano e os 1,5 mil funcionários efetivos que trabalham no edifício da sede regional baiana (Torre Pituba) serão transferidos para outros estados, a partir de novembro. Informações extraoficiais dão conta de que outros desligamentos e transferências de empregados estão ocorrendo e se intensificarão em Sergipe e também aqui em Natal, Guamaré, Alto do Rodrigues e Mossoró, no nosso Rio Grande do Norte. Manaus e Belém poderão se somar às cidades afetadas.

O prejuízo social e humano é imensurável. A Rlam, por exemplo, foi colocada à venda, a Campus Petróleo na região de Catu, Candeias e Pojuca estão à venda, o fechamento da Fafem está em processo de paralisação.

O Nordeste inteiro deve ser atingido com essa política de desnacionalização. Finalizar as operações da Petrobrás nas regiões Norte e Nordeste parece ser um cenário iminente, que implicará não apenas em prejuízos incalculáveis para as duas regiões, mas, também, em fragilizar a própria empresa, que poderá perder relevância no mercado por arriscar todos os seus esforços e capacidades num só ambiente operacional (o Pré-Sal) e região geográfica (o Sudeste).

Se alguns estados e municípios nordestinos ainda conseguiram sobreviver à recessão e experimentar taxas de crescimento superiores aos da média nacional, foi graças à ampliação dos investimentos da Petrobrás.

Tais vendas ainda poderão trazer consequências negativas para a soberania nacional e um possível retrocesso à integração regional. Penaremos com o aumento do desemprego e a diminuição da renda. Nossas economias sofrerão um baque perigoso. Por outro lado, a Petrobrás perderá sua posição de vanguarda quando se trata de inovação tecnológica no setor de petróleo e gás.

Para além do Pré-Sal, a Petrobrás se destaca também em operações na selva amazônica, nos horizontes marítimos nordestinos (tanto na margem equatorial quanto na atlântica) e em campos de terra gigantes, como Carmópolis, em Sergipe – que poucos sabem ser um “pré-sal terrestre”. A própria sucessão empresarial nos campos considerados maduros ou marginais depende muito da presença da Petrobrás por perto, para prosperar.

Por tudo isso, cabe às organizações políticas, sindicatos, movimentos populares e ao conjunto da sociedade se organizarem, transformarem essa quantidade de cidadãos contrários ao desmonte do estado nacional em uma força capaz de defender nossas empresas públicas e o Brasil.