Petrobrás barra embarque de diretores sindicais nas plataformas às vésperas da greve dos petroleiros

Prática antissindical

Os petroleiros do litoral paulista e de todo país se preparam para uma greve nacional, por um acordo coletivo digno e por nenhum direito a menos. Diante do embate, a diretoria da Petrobrás começa a se movimentar para tentar enfraquecer o movimento paredista e como tem sido praxe na gestão Castello Branco, o assédio e a prática antissindical começam a ser denunciados pelos trabalhadores.

Na terça-feira, diretores do sindicato e trabalhadores que são reconhecidos pela base e gerências da Petrobrás como militantes das causas sindicais tiveram seus embarques para as plataformas cancelados e foram encaminhados para cumprirem jornada no edifício administrativo da companhia no Valongo (Edisa), em Santos, sem nenhuma justificativa ou atividade programada para fazer.

Dentre os impedidos de embarcar, um diretor já estava com passagem e hotel reservado, e outro foi pego de surpresa, ao se dirigir ao aeroporto de Jacarepaguá para assumir a sua escala, mas ao se apresentar, seu nome e de outros três companheiros não constavam na lista de embarque.

Com medo da greve, a gerência da Petrobrás expõe a empresa a sanções por descumprir acordos internacionais do trabalho, que garantem a justa reivindicação dos trabalhadores por seus direitos, e coloca os embarcados sob os riscos de uma plataforma operada por pessoal sem treinamento adequado.

Para o sindicato, está clara a prática antissindical para impedir que a greve aconteça nas plataformas e ganhe repercussão que dificulte a execução do plano de privatização da Petrobrás e dos leilões do pré-sal, marcados para novembro.  

Diante disso, o jurídico do sindicato está tomando as medidas cabíveis junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) contra as práticas antissindicais e assédio aos trabalhadores. Orientamos que os trabalhadores que presenciarem ou forem vítimas de assédio denunciem ao sindicato, para que possamos juntar também esses relatos em ações futuras.

Com mote sobre manutenção de direitos e reajuste com ganho real, a greve dos petroleiros, assim como em 1995, representa defender a Petrobrás, promover o debate contra a política de preços sob influência internacional, que encarece os preços dos combustíveis, e garantir a soberania do Brasil diante de um cenário político e econômico cada vez mais caótico, que submete os países emergentes as vontades dos países imperialistas.

Não vai ter recuo! Agora é greve!