RPBC e Alemoa cortam rendição dos grupos de turno. FNP se reúne no RJ

União e solidariedade



Não vamos abandonar as bases dispostas a lutar e nem aquelas que estão sob a ameaça da privatização, sejam elas quais forem. Foi com este sentimento, de união e solidariedade, que petroleiras e petroleiros da RPBC/UTE Euzébio Rocha, em Cubatão, e do Terminal Alemoa, em Santos, cortaram a rendição dos grupos de turnos das duas unidades da Petrobrás, situadas na Baixada Santista, na manhã deste sábado (26). O mesmo foi feito pela categoria petroleira da Revap, em São José dos Campos (SP), e da Regap, em Betim (MG).

As mobilizações demonstram que há espaço e disposição da categoria em deflagrar uma greve nacional pela manutenção de direitos e por uma Petrobrás a serviço da povo brasileiro. Em uma conversa de aproximadamente duas horas com os dirigentes do Sindipetro-LP, os trabalhadores demonstraram insatisfação diante da nova proposta do TST. Apresentada na última sexta-feira (25), às vésperas da greve, a nova redação não altera a essência dos ataques que a alta cúpula da Petrobrás tenta impor aos petroleiros. Insatisfação também diante do recuo de parte do movimento sindical em deflagrar a greve aprovada nacionalmente pela ampla maioria dos petroleiros.

Diante dos últimos fatos, sobretudo o indicativo de aprovação da nova proposta do TST pelas direções da FUP e da companhia, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) convocou reunião para a tarde deste sábado (26), no Rio de Janeiro, onde irá discutir os rumos da campanha revindicatória.

“Vamos avaliar o atual cenário que, sem dúvidas, apresenta novos fatos que merecem reflexão e análise cuidadosa. Mas é importante lembrar que a nossa palavra de ordem não mudou, continua sendo por nenhum direito a menos. Assim como não mudou a disposição de luta de uma parcela expressiva da categoria”, afirma Adaedson Costa, coordenador-geral do Sindipetro-LP e secretário-geral da FNP.

Adaedson lembra ainda que a campanha reivindicatória dos petroleiros, se vitoriosa, pode colocar em xeque uma política que prejudica não só a categoria petroleira, mas o país. "Estamos lutando por direitos e pela defesa de nossos empregos, mas também por uma Petrobrás a serviço do povo e em defesa do meio ambiente. A história já nos deu fartas provas de que em uma estatal privatizada os trabalhadores, a população e o país deixam de ser prioridade. Só retomando o seu caráter público poderemos, inclusive, garantir preço justo no gás de cozinha, gasolina e diesel, ajudando milhões de famílias brasileiras”.