Acordo coletivo: entrega de direitos é inaceitável

vamos rejeitar a proposta

A executiva da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), reunida na quarta-feira (30), na sede do Sindipetro-SJC, decidiu submeter a proposta do TST às assembleias já que o SINDIPETRO RJ foi incluído na proposta de mediação após solicitado pela federação.

O momento agora é de reorganização da base da categoria, imposta pelo recuo da FUP, que está indicando aceitação da proposta e desfez a unidade da categoria.

Entrega de direitos é inaceitável

Durante as assembleias, os petroleiros definiram que nossa campanha é por nenhum direito a menos. Aceitar o banco de horas e a retirada de diversos diretos não coaduna com o desejo da categoria. Veja no final da matéria resumo sobre todas as perdas.

Nesse contexto, é inaceitável que a FUP tenha assinado embaixo deste grave ataque, que divide os petroleiros, retira direitos e ainda entrega de bandeja os trabalhadores das unidades que estão em processo de privatização e desmobilização.

Greve foi desmontada, mas a categoria demonstrou disposição de luta Em todo o país não foi pequena a revolta com o desmonte da greve. A greve estava forte e poderia atingir nossos anseios de manutenção de todos os direitos, além de pautar a sociedade com a denúncia da venda das refinarias, o abusivo preço dos combustíveis, a entrega do Pré-sal, a saída da PETROBRÁS do Norte e do Nordeste etc.

Mesmo após o desmonte da greve nacional unificada, trabalhadores demonstraram sua disposição de luta. Petroleiros da FNP da REVAP e da RPBC cortaram rendição no sábado dia 26 e atrasaram a entrada de turno em duas horas nesta segunda-feira (28). Mesmo na base da FUP houve paralisação também dos trabalhadores da Regap, que fizeram cortes de rendição de sábado (26) até segunda 28.

O momento de lutar é agora que ainda temos a Petrobrás forte e nacional. O governo Bolsonaro teme nossa greve e sabe a força da nossa categoria.

Assembleias ocorrem a partir do dia 31 de outubro

Estamos num momento crucial. Na medida em que se mantém a retirada de direitos, assédio moral, punições e a entrega da Petrobrás não vemos outra saída que não seguir defendendo a rejeição e a greve petroleira.

Nossas assembleias serão um momento de reflexão sobre a necessidade de garantirmos nenhum direito a menos como forma inclusive de resistir ao processo de privatização dificultando a vida dos compradores e criando instabilidade nos negócios.

Veja os Indicativos da federação 1 – Rejeição 2 – Greve a partir do dia 12 de novembro

Acordo digno é com manutenção dos direitos

A Petrobrás acabou de anunciar mais um recorde de lucros. Não há motivo para os petroleiros aceitarem corte de direitos. Abaixar a cabeça para o assédio e aceitar a traição da outra federação não irá nos fortalecer na luta contra a privatização.

Pelo contrário, o momento é de erguer a cabeça, reorganizar nossas forças e compreender que a FNP hoje é a maior parte da produção do Pré-sal, tem duas refinarias importantes e pode impactar o país. Seguimos também fazendo um chamado aos colegas das bases da FUP que rejeitem a proposta indecorosa e sigam na luta conosco.

Por isso, companheiros e companheiras, vamos rejeitar a proposta e construir a greve por nenhum direito a menos e em defesa da Petrobrás!

Veja as perdas ainda presentes na proposta do TST-Petrobrás que foram acordadas pela direção da FUP:

- reajuste salarial menor que inflação (70% INPC - por volta de 2% hj)

- reajuste vale alimentação / refeição abaixo da inflação (70% INPC - por volta de 2% hj)

- reajuste benefícios educacionais abaixo da inflação (70% INPC - por volta de 2% hj)

- fim adiantamento do 13o (pagamento conforme legislação em Novembro e ajuste em Dezembro)

- diminuição (100% para 75%) da hora extra para troca de turno ainda aceitando o BANCO DE HORAS (mesmo negociado significa que aceitamos o banco).

- diminuição (100% para 50%) extra turno feriado

- fim da licença para exercício de mandato

- aumento do índice de reajuste da AMS (passa para índice VCMH que tem sido entre 15% e 20% nos últimos anos) com a inclusão de um teto de 30% do custeio na última proposta. Ou seja, terá um aumento na MAS um menor do que a proposta anterior, porém, ainda significativo.

- diminuição de benefícios da gratificação de férias (2/3 passa a entrar como abono sem entrar na conta do FGTS, INSS etc.)

- fim da promoção por antiguidade de pleno para sênior (nível médio).

- fim do amazonas para novos empregados

- fim do programa jovem universitário para novos inscritos

- fim programa de complementação educacional (qualificação para nível médio)

- fim programa resgate e redefinição do potencial laborativa

- fim da cláusula que trata da admissão de novos empregados

- fim da cláusula que trata da comissão de anistia

- fim da cláusula que trata sobre divulgação de concursos

- fim das cláusulas que tratam de contratação de prestadores de serviços com o fundo garantidor que auxilia os sindicatos a não permitirem que terceirizados sejam tão penalizados pela falência de empresas.

Fonte: FNP