Em nota, UN-BS tenta ludibriar direitos cobrados nos atos da última quarta (28/04)

Em resposta aos protestos realizados na última quarta-feira (28/04), vide matéria no site, a UN-BS divulgou uma nota de esclarecimento à força de trabalho. A nota diz: "Com relação à reivindicação ao pagamento de horas de alguns empregados de Mexilhão, a UN-BS informa que já apresentou proposta sobre o assunto, rejeitada pelo Sindipetro-LP. Trata-se de pleito de empregados que já usufruíram das folgas geradas, não havendo como aceitar o pedido da forma como apresentado, que configuraria duplicidade de pagamento" .

Um esclarecimento que, claramente, tenta ludibriar a categoria e distorcer o problema. Ao afirmar que os empregados usufruíram das folgas, fica a falsa mensagem que foi de consentimento de cada um gozar as folgas ao invés de optar pelo pagamento das horas extras.

Todos sabem que estes petroleiros foram forçados a queimar os dias. Afinal, mesmo após solicitação do empregado o pagamento era simplesmente negado. Esta prática ainda tem ocorrido na UN-BS. Mas no caso de Mexilhão, onde um processo de coerção atingiu diversos trabalhadores, é impossível esconder os fatos.

A resposta da UN-BS é inaceitável. Não apenas por conter distorções graves de todo o processo, mas principalmente por esconder os fatos que refletem a gravidade da postura da empresa. Por que, na mesma nota, não foi mencionado que os empregados de Mexilhão somente "usufruíram" das folgas depois de serem ameaçados de saírem do projeto e após gerentes terem chantageado a categoria, alegando que se cobrassem o pagamento poderiam ficar de fora dos cursos de treinamento? Por que não mencionam que estes petroleiros receberam e-mails que orientavam para que "queimassem" os dias em horas acumulados?

A UN-BS não quer reconhecer que estes petroleiros foram prejudicados e que as gerências agiram de forma arbitrária com a categoria. Tanto é que a proposta foi rejeitada pelo Sindicato e pelos próprios envolvidos nesta situação de injustiça que, por unanimidade, consideram um absurdo a empresa negar o pagamento em função da duplicidade no sistema.

Por trás desta nota da UN-BS fica evidente que a empresa não quer reconhecer um grave erro sobre os direitos dos petroleiros.