UTGCA: Petroleiro terceirizado sofre acidente e é punido com demissão

Absurdo!

O Sindipetro-LP vem denunciando exaustivamente os casos de negligência em relação a acidentes de trabalho que vêm ocorrendo dentro do sistema Petrobrás. Dessa vez, um trabalhador terceirizado da empresa Serrat após sofrer acidente dentro da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, foi demitido, por ordem do Gerente de Ativo.

No dia 27 de outubro, pouco antes das 13h, o acidentado decidiu lavar a cabine do caminhão sugador que estava empoeirada, utilizando para isso a mangueira de água pressurizada do próprio caminhão.  Por estar em uma área administrativa, não havia obrigatoriedade de utilizar os seus EPI´s, mas mesmo assim, por ser um profissional cuidadoso, o trabalhador estava utilizando luvas de proteção durante a atividade. O acidente ocorreu quando a mangueira escapou, repentinamente, de sua mão e bateu em seu rosto causando dois cortes, um no supercilio e outro no rosto. 

A comissão de investigação do acidente foi constituída com a participação da CIPA e de um dirigente do Sindipetro-LP. Foi constatado que pelo fato de estar sendo utilizado um caminhão reserva, a pressão da água era bem superior a pressão do sistema do caminhão rotineiro o que acabou ocasionando o incidente. Além disso, também foi constatado que essa atividade não estava prevista no contrato da empresa e que não havia nenhuma recomendação ou procedimento que impedia a utilização deste dispositivo para limpeza do caminhão. 

O motorista, ora acidentado, e o seu ajudante, que também foi demitido, relataram que chegaram a reclamar a respeito da sobrepressão na mangueira, porém como era um caminhão reserva, não havia prioridade por parte da empresa em solucionar o problema. Foi apontado também no relatório que se tratava de uma atividade não prevista no contrato e tão pouco no procedimento.

O que se pode notar, claramente, é que houve uma sucessão de desvios que culminaram no acidente. Durante a investigação, a busca pela responsabilidade ou a culpa é a última preocupação que os membros da comissão devem ter. O que se deve priorizar é o reconhecimento das causas básicas e imediatas, a fim de que esta mesma situação não volte se repetir. 

Vale a pena salientar que o acidente não provocou o afastamento do terceirizado e nem tampouco reduziu a sua capacidade laboral. Portanto, nada justifica a pena máxima de demissão, já que sempre desempenhou as tarefas com zelo e dedicação. Não existe justificativa para tal punição já que o acidente foi sem afastamento.

O que podemos notar é que se trata de uma decisão “política” por parte do Gerente da UTGCA que, utilizando do seu poder de influência, exigiu do gerente do contrato que o trabalhador fosse demitido. Um verdadeiro absurdo e uma decisão completamente arbitrária. Já não bastasse o império da Lei do Cão que seu antecessor instaurou enquanto ocupava o cargo. Como já prevíamos a situação não melhorou depois que este último foi transferido para Cabiúnas. O atual gestor descumpre o código de ética ao “sinalizar” para uma prestadora de serviços que o seu empregado não poderá continuar trabalhando na UTGCA, em total desrespeito às normas internas da empresa e à própria legislação. Mais uma vez essa situação comprova que essa política de SMS é só “pra inglês ver”. Uma política desumana de caças às bruxas que só serve pra provocar terror entre os trabalhadores.

Até quando seremos liderados por pessoas despreparadas para ocuparem os seus cargos? Os trabalhadores estão cansados de tanto assédio moral! É preciso dar um basta nessas arbitrariedades! Exigimos a reversão imediata desta medida! Chega de punições e de demissões!