Clima de terror
Os trabalhadores do Terminal Transpetro Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, estão em estado de alerta por possíveis dispensas sem justa causa. A tensão começou quando alguns trabalhadores da Transpetro foram convocados a se apresentarem na Petrobrás, sob a alegação de que passariam a integrar o quadro de trabalhadores da Petrobrás e não mais de sua subsidiária Transpetro. Porém, em um dos casos, a empresa notificou o empregado marítimo, trabalhador do Tebar, por meio do documento Interno da Petrobrás (DIP), solicitando que deixasse a unidade da Transpetro e se apresentasse na Petrobrás. Ao atender o chamado, o trabalhador foi informado que deveria se apresentar na UTGCA e ao chegar na unidade recebeu a carta de rescisão, sem justa causa, descrevendo que a demissão teve o respaldo de uma comissão que assim decidiu.
A forma abrupta com que o trabalhador foi dispensado gerou muita preocupação na força de trabalho, que está apreensiva, com medo de novas demissões. Isso porque outro petroleiro, também do Tebar, eleito recentemente com o maior número de votos para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), foi retirado da lista dos eleitos, sem ao menos ser notificado e chamado a se apresentar na UTGCA.
Além de ter retirado da lista de eleitos o trabalhador que mais recebeu votos para a CIPA, o Tebar adiantou para esta quinta (10), a posse dos novos eleitos informado um dia antes, por meio de comunicado via Whatsapp, a reunião de posse dos novos membros da CIPA. Como era de se esperar, o comunicado não chegou a todos os envolvidos, pois alguns se encontravam de folga ou de férias e não receberam o aviso a tempo.
Diante da retirada de seu nome da lista de cipeiros do Tebar, o trabalhador, que estava de férias quando soube de sua convocação, ficou apreensivo, pois além do colega marítimo, outros casos de trabalhadores demitidos sem justa causa ao serem chamados a retornar a holding se espalham em todo o país.
A política de privatização do governo Bolsonaro, aliada a falta de respeito com a vontade dos trabalhadores demonstrada pela gerência do Tebar e o compromisso em cumprir a meta de reduzir ao mínimo (senão extinguir) as subsidiárias, já colocado em prática por Roberto Castello Branco, presidente da empresa, só aumentam as incertezas e as preocupações dos trabalhadores de que qualquer transferência representa demissão.
O sindicato tem recebido cada vez mais trabalhadores com problemas de saúde causados por estresse. Além de prejudicar a saúde dos petroleiros, atitudes como os da gerência do Tebar irão aumentar significativamente o passivo da empresa, diante da enxurrada de processos que a Petrobrás irá tomar, graças a uma administração que enxerga pessoas como números.
O Sindipetro-LP enviou um ofício à Petrobrás solicitando, com urgência, uma reunião para tratar desses assuntos. Vai ter luta!