Solidários aos trabalhadores de Araucária, petroleiros do LP chamam a categoria a se mobilizar

Prejuízo para a nação

A Petrobrás anunciou na terça-feira (14) o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), no Paraná. A medida, que cumpre o plano do governo Bolsonaro de fatiar a Petrobrás e retirá-la de setores estratégicos da indústria, deixará desempregados 396 trabalhadores diretos, além de cerca de 600 trabalhadores terceirizados que também serão demitidos.

No anúncio da Petrobrás à imprensa, a empresa justifica o fechamento depois de encerradas as tentativas de venda da unidade, que “vem apresentando recorrentes prejuízos desde que foi adquirida em 2013”.

Solidários aos trabalhadores da Fafen que já sofriam a pressão do anúncio de venda da unidade, no aniversário da Petrobrás, no ano passado, durante mobilizações do acordo coletivo, a categoria do Litoral Paulista saiu em caravana de Santos para fortalecer a luta e demonstrar e pedir união dos petroleiros frente ao avanço da privatização da Petrobrás.

Infelizmente a FUP não entendeu o que estava em jogo na campanha de acordo coletivo, que era mais do que simplesmente aumento salarial, e sim manutenção de condições dignas de trabalho e de emprego da categoria petroleira. Ao desmobilizar suas bases, dentre as quais as que já estão com venda programada, o governo viu terreno fértil para dar cabo ao seu plano de desmonte do sistema Petrobrás.

Desde Aldemir Bendine, passando por Pedro Parente e agora com Castello Branco, os executivos à frente da Petrobrás e de outras empresas estatais não passam de sabotadores contratados para destruírem o patrimônio da União. Além de venderem os ativos a preço de banana podre, com o discurso de reduzir dívidas, fazem o impensável para qualquer executivo que se prese, menosprezando e desvalorizando as empresas que dirigem, anunciando aos quatro ventos o quão insustentáveis são os negócios que anunciam vender.

Além das quase mil famílias diretamente afetadas pelo fechamento da Fafen, outros tantos negócios e empregos que atendiam a fábrica de fertilizantes serão prejudicados, o que desencadeará uma onda de desemprego e retração, que já se encontra no pico.

Enquanto o governo anuncia prejuízos dos ativos postos à venda, o que não é uma verdade, a Petrobrás tem recebido árabes, chineses e demais interessados para visitar as refinarias que podem ser vendidas ainda nesse semestre.

A retirada de direitos da categoria é também mais um passo em direção à privatização. Não à toa, a empresa tenta impor aos petroleiros uma PLR rebaixada, em contraposição a um PPP que beneficia a alta gerência, e recorre à chantagem para se livrar de um passivo trabalhista gigantesco referente à tabela de turno. Também ajuda neste processo a adoção do banco de horas, para não remunerar horas extras, a tentativa de acabar com a Petros e a mudança no atendimento e pagamento da AMS.

O resultado da Campanha Salarial de 2019 também incentiva a direção da empresa, agora, a implementar sucessivos ‘balões de ensaio’ na tentativa de retirar direitos da categoria.

É possível resistir!
Mas nem tudo são flores para a direção da Petrobrás. Os petroleiros já demonstraram que têm disposição de luta. 

Foi assim na batalha em defesa do ACT, que encontrou seu limite no recuo da FUP; na rejeição do regramento da PLR e na recusa em abrir mão do passivo trabalhista para implementação da nova tabela de turno. 

Para sermos mais fortes, precisamos nos apegar ao histórico de luta da categoria petroleira e aos exemplos que vêm de outros países. Façamos como os trabalhadores chilenos e franceses, que com grandes mobilizações, impuseram derrotas aos governos e seus planos de ajuste.

É hora de retomar a organização e preparar o calendário de mobilizações em defesa da Petrobrás, dos direitos e empregos!