LP define hoje entrar em greve frente aos desafios e ataques promovidos pelo desmonte da Petrobrás

Descumprimento do ACT e demissões

Nesta segunda-feira (3), houve atraso na RPBC e UTE Euzébio Rocha, com a participação do administrativo e Grupo 1, e corte de rendição do turno. Também foi trocado o Grupo 5, que já estava há 16 horas na refinaria.

Os petroleiros do Litoral Paulista iniciam o terceiro dia de mobilização contra a extensão da jornada de trabalho em mais três horas e meia, exigida pela chefia da RPBC/UTE Euzébio Rocha aos petroleiros de regime de turno, que haviam realizado dobra. Além de ser ilegal ao se configurar como uma imposição à revelia do ACT e do interesse dos empregados, a medida se soma a uma série de outros ataques da atual gestão da companhia sobre os direitos e qualidade de vida da categoria.

A orientação do sindicato é que os trabalhadores devem a cumprir a sua jornada normal de trabalho, respaldada no ACT.

A mobilização no Litoral Paulista teve início no domingo (2), em função justamente do descumprimento do ACT, tendo como principais exemplos o anúncio de fechamento da Fafen-PR, com a ameaça de mais de mil demissões de petroleiros diretos e terceirizados da unidade, e a tentativa de alteração unilateral das atuais tabelas de turno.

 A luta dos petroleiros do Litoral Paulista se soma ao cenário de greve nacional da categoria, que conta com a adesão de mais de sete mil petroleiros, em 10 estados e 16 unidades da Petrobrás envolvidas.

Diante da greve, cinco diretores sindicais permanecem ocupando uma sala no edifício sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, sinalizando disposição de negociar com a diretoria da empresa. A ocupação começou na sexta-feira (31) e sofreu diversos ataques, como corte de água, luz e alimentos, mas permaneceu, sob garantias da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro, que negou liminar à Petrobrás para retirada dos petroleiros do prédio e autorizou a permanência, enfatizando a legitimidade da Comissão de Negociação.

Com greve aprovada pela tabela de Turno, Assembleia hoje define também greve nacional
Nesta segunda, a partir das 18h, os petroleiros do Litoral Paulista decidem em assembleia aprovação de greve e mobilizações contra as demissões que acontecem de norte a sul do país no Sistema Petrobrás. As assembleias estão sendo realizadas em todas as bases da FNP.

Na semana passada, os petroleiros dos grupos de turno da RPBC e UTE EZR reprovaram a minuta apresentada pela Petrobrás, que para implantar a tabela de turno elaborada pelos trabalhadores, dentre outros pontos, exige que a força de trabalho abra mão do passivo trabalhista existente com a tabela atual.

Além de negar a assinatura da minuta, os petroleiros do turno aprovaram greve. Na sexta-feira (31) a empresa foi notificada sobre a decisão de iniciar greve aprovada em assembleia pela categoria.

Terceirizadas conseguem Interdito Proibitório contra sindicatos
Após as mobilizações dos terceirizados da Allcontrol, empresa que reduziu pela metade os salários e benefícios tabelados e seguia impondo negociação com sindicato que não atua na região, o que motivou greve e o pedido de demissão em massa de mais de 50 trabalhadores, os sindicatos de Petroleiros, Metalúrgicos e da Construção Civil foram impedidos, por meio de Interdito Proibitório, de atuarem em defesa dos contratados, sob pena de multa.

O Sindipetro-LP e sindicatos está recorrendo da liminar, mas a sentença favorável às empresas demonstra que a Justiça tem lado, e nem sempre é do trabalhador.

Somente a greve da categoria petroleira poderá surtir na luta por direitos conquistados no ACT e dos empregos dos próprios e terceirizados.

Enquanto houver margem para liminares, Petrobrás e as empresas terceirizadas, como a Quality e Allcontrol, continuarão aplicando a lei do cão, subjugando os trabalhadores à vontade de chefias que visam o lucro, em detrimento da saúde, ambiência e segurança do trabalhador e que pregam o desmonte do Sistema Petrobrás.

Oposição à FUP, vitória da Chapa 2 conquista base do Sindipetro-CE/PI
Diversas ações estão sendo tomadas para garantir o fortalecimento da categoria petroleira. Dentro dessas ações, a vitória da Chapa 2 para o Sindipetro Ceará/Piauí, cumpre um importante papel, diante de um cenário de ataques e retrocessos sofridos pela classe trabalhadora.

Com fôlego novo na direção e disposição para lutar, acreditamos que os petroleiros das bases do Sindipetro-CE/PI estarão, juntamente com as bases da FNP, na linha de frente dos embates que já estão no horizonte neste começo de ano da categoria petroleira.

Vamos à luta!