Greve nacional petroleira: a mais forte da categoria nos últimos anos

Por direitos, emprego e soberania

A Petrobrás, uma das maiores empresas do mundo, vem passando por um processo de desmonte que perpassa por diversos governos. No entanto, sob o governo de Bolsonaro, esse processo tem sido aprofundado a passos largos.

Sob o fogo de diversos ataques econômicos, o governo busca o fechamento de unidades, demissões, precarização das condições de trabalho através do desrespeito do Acordo Coletivo de Trabalho, sob a cumplicidade do Judiciário que mediou o conflito.

Não é à toa que a categoria ao entrar em greve no último dia 01/02 tomou como uma pauta central a reversão das demissões de mais de mil trabalhadores, consequência do fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados Araucária, no Paraná (FAFEN-PR).

Nesta segunda, a greve completa 10 dias, com adesão em 92 unidades do Sistema Petrobrás, em 13 estados brasileiros.  Cerca de 20 mil trabalhadores estão mobilizados de norte a sul do país.

Já são, portanto, 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país.

Num país em que a maior parte da população depende de trabalhos precários para sobreviver, tem de se submeter aos serviços de aplicativos de celular, com jornadas extenuantes, sem direito a férias, ou outros benefícios, a privatização da Petrobrás irá agravar ainda mais essa realidade.

Nesse contexto, motivos não faltam para o enfrentamento desse reacionário governo, seja pelos ataques sindicais aos petroleiros seja pelos ataques de conjunto a classe trabalhadora.

Veja o quadro nacional de greve das bases da FNP:

Litoral Paulista
Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC);
Usina Termoelétrica Euzébio Rocha (UTE-EZR), também em Cubatão;
Terminal Transpetro Alemoa, em Santos;
Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião;
Unidade de Tratamento e Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba; e plataformas de Mexilhão, P-66, P-67 e P-69.
Edifício Valongo - base administrativa do pré-sal em Santos

Rio de Janeiro
Plataformas –74, 75, 76 e 77;
Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG);
Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG);
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) .

São José dos Campos
Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap).

Manaus
Petroleiros realizam atraso na sede administrativa da UN-AM, em Manaus.

Greve em outros estados:

Amazonas
Terminal de Coari (TACoari)
Refinaria de Manaus (Reman)

Ceará
Plataformas - 09
Terminal de Mucuripe
Temelétrica TermoCeará
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)

Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest)
Terminal Aquaviário de Suape

Bahia
UO-BA – 07 áreas de produção terrestre;
Refinaria Landulpho Alves (Rlam);
Terminal Madre de Deus
Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)

Espírito Santo
Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT);
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)
Sede administrativa da Base 61

Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité);
Refinaria Gabriel Passos (Regap);

Rio de Janeiro
Plataformas - 27;
Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB);
Terminal de Campos Elíseos (Tecam):
Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB);
Refinaria Duque de Caxias (Reduc)

São Paulo
Terminal de Guararema
Terminal de Barueri
Refinaria de Paulínia (Replan)
Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)

Mato Grosso do Sul
Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)

Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)
Terminal de Paranaguá (Tepar)

Santa Catarina
Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)
Terminal de Guaramirim (Temirim)
Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)
Base administrativa de Joinville (Ediville)

Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)

Rio Grande do Norte
Polo de Guamaré, Base 34 e Alto do Rodrigues - mobilizações parciais

Quadro nacional da greve – 10/02
40 plataformas
11 refinarias
18 terminais
7 campos terrestres
5 termelétricas
3 UTGC (processamento de gás)
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de xisto
1 complexo petroquímico
3 bases administrativas

Fonte: Federação Nacional dos Petroleiros