Nas plataformas, greve enfrenta práticas antissindicais, "visitas" da PM e descaso aos terceirizados

Em Jacarepaguá

Os petroleiros das plataformas de Mexilhão, P-66, P-67 e P-69 continuam firmes na greve nacional, mesmo sob forte assédio da empresa.

Com o intuito de dificultar a atuação do sindicato junto aos trabalhadores, em mais uma demonstração de prática antissindical, a empresa tem desviado voos de sua escala normal, encaminhando os trabalhadores a hangares de difícil acesso, impedindo com isso a comunicação do sindicato. Responsáveis legais pela contingência em período de greve, os diretores do Sindipetro-LP que estão no Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, contam que a empresa, que ao longo do ano nega hospedagem, horas extras e transporte aos petroleiros, descumprindo o acordo coletivo da categoria, está agora dando todo suporte para os trabalhadores que estão aceitando embarcar.

A presença constante da Polícia Militar no aeroporto é outro fator que deixa apreensiva a categoria petroleira. Os trabalhadores observaram um número maior de policiais no aeroporto desde que a greve começou. Embora os policiais não tenham abordado os trabalhadores de forma mais radical, a presença ostensiva da PM é vista como forma de intimidar e reprimir a greve dos petroleiros.

A falta de respeito com os trabalhadores terceirizados está sendo ainda maior durante os dias de greve. Com o mau tempo que atinge a região do aeroporto, alguns voos foram cancelados. O limite de espera estipulado para embarcarem é de no máximo quatro horas, porém, os terceirizados que chegam entre 5h30 e 6h30 para embarque, só estão sendo liberados após as 16h, amargando um dia inteiro de desconforto e descaso por parte dos gerentes das plataformas.

Desde o início da greve o assédio aos trabalhadores só aumenta. Conforme relatado pelo sindicato, foram registradas ameaças de punições e demissões, e pressão que levaram ao adoecimento de trabalhadores embarcados. Trabalhadores da P66 e P67 tiveram condições de saúde alteradas, necessitando de descanso sob observação nos camarotes. Mesmo com todos os casos de assédio, os petroleiros das plataformas estão resistindo e a cada nova unidade que adere a greve, reforça o ânimo da categoria e aumenta a disposição para a luta.

A greve continua!