Petroleiros vendem gás por R$ 32 nesta sexta em ato na Refinaria de Cubatão

Sete dias de greve

Nesta sexta-feira (14) os petroleiros do Litoral Paulista levam a campanha do gás de cozinha a preço justo para Cubatão. A venda acontece a partir das 7 horas, na portaria 1 da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), onde a categoria realizará Ato Unificado no dia em que completa uma semana em greve. No total, serão vendidos 250 botijões por R$ 32 cada.

Para contemplar o maior número possível de lares, será comercializada apenas uma unidade por família. Além disso, os interessados devem levar botijão vazio e efetuar o pagamento com dinheiro em espécie. Os petroleiros estarão no local distribuindo material informativo explicando os motivos da ação. Este será o terceiro ponto de venda, dando sequência às iniciativas realizadas em Santos e São Sebastião nesta quinta-feira (13). Na sede do sindicato, em Santos, foram vendidos 150 botijões por R$ 32 e no Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, foram vendidos 100 unidades, a R$ 30.

Parte de uma campanha nacional dos petroleiros, em greve pela manutenção de direitos e contra as demissões de mais de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Araucária (Fafen/PR), no Paraná, “a campanha é uma resposta ao presidente Bolsonaro, que lançou um desafio aos governadores dizendo que zeraria os impostos federais se eles fizessem o mesmo. Trata-se de jogo de cena, pois bastaria a Petrobras cumprir seu papel original, que é atender aos interesses da população e não o lucro de meia dúzia de acionistas privados, para ele reduzir o preço do gás e combustíveis”, defende Adaedson Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros.

Com valor médio de até R$ 70 na maioria das cidades do país, chegando a R$ 120 em algumas cidades, o preço do botijão de gás sofreu uma disparada nos preços desde que, em 2019, o governo federal forçou a Petrobras a adotar a política de paridade com os preços internacionais. Em vez de calcular os custos de produção de gás e petróleo no Brasil pelo Real, nossa moeda, agora os custos são calculados em dólar.

Essa mudança, na opinião do movimento sindical, foi prejudicial. “A Petrobras sempre foi um pesadelo à concorrência porque o preço praticado por ela influencia todo o mercado. Sempre foi assim, se ela oferecia preços mais justos a concorrência era forçada a acompanhar. E, claro, elas não gostavam, pois viam a margem de lucro diminuir. Agora, forçada a acompanhar os valores praticados lá fora, a Petrobras deixa de oferecer preços mais justos, como já ocorreu no passado, abrindo caminho para os preços abusivos atuais.

Para o Sindicato, a nova política beneficia acionistas privados da Petrobras, empresas concorrentes do mercado interno e importadoras. “O que antes era produzido aqui, principalmente na Petrobras, gerando emprego, renda e girando a economia, agora vem de países como China e Estados Unidos. Pra piorar, o governo reduziu a produção das refinarias em 70%, encarecendo a produção e estimulando ainda mais a importação”, explica Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

Para reduzir o valor do gás de cozinha e derivados de petróleo, os petroleiros defendem o fim da paridade de preços com o mercado internacional, a suspensão das medidas privatizantes, como a venda de ativos, a diminuição da importação de derivados e a retomada das obras de ampliação das refinarias para atender o mercado interno e gerar emprego.