ABSURDO! DIREÇÃO DA PETROBRÁS PUNE TRABALHADOR POR USAR MÁSCARA 'FORA BOLSONARO'

Nota de repúdio

O Sindipetro-LP repudia a advertência da direção da Petrobrás ao petroleiro e dirigente sindical, Rafael Leite Látaro, por ter entrado no último dia 19, no seu local de trabalho, com uma máscara facial com a frase ‘Fora Bolsonaro’. A penalização foi feita pela Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, onde ele atua como técnico de operação. Trata-se de mais uma medida autoritária da alta cúpula da companhia, cada vez mais alinhada aos princípios antidemocráticos do governo neofascista de Jair Bolsonaro.

O Sindipetro-SJC, no qual Látaro atua como dirigente sindical, já havia recebido de trabalhadores da base denúncias de que a direção da Revap preparou um operativo para barrar a entrada de empregados com a máscara distribuída pelo sindicato com a estampa 'Fora Bolsonaro’. Para justificar a medida, a gerência da Revap se apoia numa interpretação conveniente do Código de Conduta da Petrobrás. Um dos itens estabelece como obrigatório "não promover ou participar de atividades político-partidárias durante o horário de trabalho ou fazer uso dos recursos da companhia com esta finalidade, ou mesmo a associação de suas marcas”. Ao confrontar a gerência de RH da Petrobrás sobre a arbitrariedade, a diretoria do Sindipetro-SJC recebeu a confirmação da intenção da empresa de tornar o ato uma afronta ao código de conduta, afirmando que cada empregado deveria avaliar seu comportamento, visto que tal prática seria vedada pelo dito código. Para nós, a direção da Petrobrás se apoia no código para coibir a “liberdade de manifestação de pensamento” dos seus empregados, garantida pelo inciso IV, do art. 5º da Constituição Federal.

Poderíamos questionar ao presidente da companhia, Castello Branco, se ele julga estar acima da Constituição Federal. Mas lembramos que o próprio presidente da República, o seu líder supremo, um dia após participar de ato pró-golpe militar disse “eu sou a Constituição”. Portanto, não há dúvidas de que o uso do Código de Conduta não passa de cortina de fumaça. O fato é que o braço direito de Bolsonaro na Petrobrás se espelha em seu chefe para conduzir uma verdadeira perseguição aos que pensam diferente e se opõem aos seus desmandos. Importante ressaltar que todas essas retaliações estão sendo orquestradas pelo Gerente executivo da Petrobrás, Claudio da Costa, braço do Paulo Guedes dentro da empresa, a quem Castello Branco é seguidor ferrenho e cumpridor da guerra contra os sindicatos e organização dos trabalhadores, marca do atual governo.

Vale lembrar que o Sindipetro-LP também está sofrendo tentativa de censura. A direção da empresa entrou com ação judicial por ter distribuído máscaras faciais com a frase “Privatizar faz mal ao Brasil”, seguida pelo BR, marca de referência da nossa companhia. Na ocasião, o sindicato mandou confeccionar 5 mil máscaras a seriam distribuídas aos trabalhadores, pois até aquele momento a Petrobrás não havia disponibilizado o EPI para evitar custos. É notório o alinhamento da direção da Petrobrás e das gerências regionais ao plano bolsonarista de privatizar a empresa. Ao mesmo tempo que proíbe manifestações contrárias à privatização e contra a política genocida de Jair Bolsonaro, que tem ignorado os fatos e a ciência, tratando a pandemia como “exagero”, Castello Branco abre as portas e estende o tapete vermelho à palestrantes com discursos liberais e privatistas, assim como financia influenciadores digitais que disseminam discurso de ódio e fakenews.

Repetindo o modus operandi do governo federal, Castello Branco diz ser contra ideologias, mas atua para que a sua seja a única narrativa permitida dentro dos muros da Petrobrás.

Não vão nos calar!
Todo apoio ao petroleiro Rafal Látaro!
Ditadura nunca mais!
Fora Bolsonaro!