Petrobrás nega adiar ACT pra "passar a boiada". E nós, o que vamos fazer?

Luta coletiva é a saída

Após semanas de silêncio, a direção da Petrobrás finalmente se pronunciou sobre a reivindicação das federações e sindicatos de petroleiros para que o ACT seja prorrogado por mais um ano. Sem surpresas: em ofício, os representantes da alta cúpula disseram que não pretendem prorrogar o acordo coletivo. No mesmo documento, marcaram para terça-feira (30) a primeira reunião sobre o tema. Indiferente ao apelo por uma medida correspondente à gravidade do momento, que permita à companhia e trabalhadores se concentrar no combate à pandemia, Claudio Costa, Gerente Executivo de RH da Petrobrás, presidente de fato da companhia, por trás de Castello Branco, demonstra que não há trégua em seu projeto de destruição da empresa e de direitos. Enquanto durar, a Covid-19 será usada pra tentar “passar a boiada”. 

Com isso, qualquer dúvida sobre as reais intenções da direção da empresa se desfaz. Somada à continuidade da venda de ativos estratégicos, tentativa de impor plano de resiliência, teletrabalho permanente, iminente saída da Petrobrás do estado de São Paulo e outros ataques, a direção bolsonarista quer aproveitar o estado de calamidade do país para impor mais perdas ao nosso ACT e assim abrir espaço para um duro ataque à categoria: a terceirização da gestão da AMS. 

Nas mobilizações realizadas na porta das unidades nas últimas semanas, temos insistido que não há mais espaço para terceirizar ao colega do lado ou à direção do sindicato essa luta. A responsabilidade pela preservação de nossas conquistas históricas é coletiva e exige de todos comprometimento. Sem resistência organizada e unificada, o programa autoritário e ultraliberal de Bolsonaro deixará marcas profundas na Petrobrás. Mas com união, solidariedade e ação coletiva, podemos resistir.

É com este espírito que o Sindipetro-LP convoca toda categoria a elaborar conjuntamente as estratégias de luta que devemos adotar para barrar a ofensiva bolsonarista sobre nossos direitos. No lugar da pergunta “o que o sindicato vai fazer?” propomos em seu lugar outra: “o que nós vamos fazer?”. Como você acha que devemos atuar nas mesas de negociação? Quais formas de mobilização para pressionar a direção da empresa podemos adotar, mesmo em tempos de pandemia e necessário distanciamento social? 

Na impossibilidade de reocupar a sede e subsede para articular esse diálogo, vamos utilizar o espaço virtual como ponto de apoio para essa tarefa. Por isso, pedimos que você envie sua opinião e/ou proposta para o e-mail imprensa.sindipetrolp@gmail.com, com o título `Sugestão - ACT´ no campo Assunto. E mais: pedimos que que você seja um multiplicador dessa tarefa, pedindo para mais um colega de trabalho a fazer o mesmo. Dessa forma, não só cumpre sua parte de maneira individual, nos ajuda também a alcançar mais trabalhadores. 

Sem esse diálogo será muito mais difícil para o sindicato construir uma atuação à altura dos desafios que estão colocados nesta conjuntura. Não só para refletir o que a maioria da base pensa, mas também para espelhar as tarefas e necessidades da categoria em toda sua diversidade - ativos (as), aposentados (as), trabalhadores (as) do regime administrativo, petroleiros (as) do turno, de unidades operacionais de terra ou alto mar, etc.

A FNP e seus sindicatos reafirmam como bandeira de luta prioritária a prorrogação do ACT por mais um ano. Com a prorrogação do ACT, podemos focar na proteção dos trabalhadores no combate a pandemia, na recuperação da economia, impedimos a destruição da AMS, pois sem alterar e excluir cláusulas hoje presentes em nosso ACT o destino de nossa assistência médica não pode ser entregue a nenhuma fundação. Passado esse período de instabilidade, poderemos fazer um debate coerente a respeito dos direitos da categoria. 

Basta de perdas!  Merecemos mais!
A vida em primeiro lugar!