Sindipetro-LP é entrevistado pelo IBP, para auditoria anual em cumprimento à NR-13

Terminais Transpetro

Na última segunda-feira (6), o Sindipetro-LP participou de reunião com representantes do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), para entrevista, que faz parte da auditoria anual, sobre prazos de parada de manutenção, em cumprimento à Norma Regulamentadora 13 (NR-13), que trata de vasos de pressão, caldeiras e tubulações.

O IBP é um órgão que faz auditorias das instalações para então certifica-las quanto ao cumprimento da NR-13.

Durante a entrevista, os diretores do sindicato Marcelo Juvenal, representando os terminais de Alemoa, em Santos e de Pilões, em Cubatão e Márcio André, representando o Tebar, de São Sebastião e o terminal de Guaratuba,  em Bertioga, se manifestaram favoráveis ao SPIE (Serviço próprio de inspeção de equipamento), que é regulamentado pela NR-13, por fortalecer os trabalhadores. Pela norma, o quadro de engenheiros e inspetores de equipamentos só pode ser composto por trabalhadores próprios.

O Sindicato relatou várias preocupações e problemas que são identificados no dia a dia e que já causaram incidentes que poderiam ter evoluído para um acidente ampliado, vazamento, explosão e incêndio. Dentre vários pontos apresentados, leia abaixo alguns:

Tebar
No dia 8 de dezembro de 2019 houve vazamento de petróleo no OSVAT, no Tebar, próximo ao pátio de bombas, sem incidência de fogo ou incêndio. Dias depois, também no Tebar, no dia 17 do mesmo mês, houve o rompimento de linha de incêndio na Gleba A durante um simulado. Conforme o que foi apurado, a linha de incêndio possui mais de 30 furos. A linha de incêndio fica com água do mar, que acelera a corrosão, prova disso é o sal que fica com a evaporação da água após limpeza de equipamentos.

Pilões
Alguns tanques do terminal não estão podendo ser acessados devido a condições das escadas e dos tetos, como é o caso do TQ- 14043. A falta de manutenção é um risco real para os trabalhadores. Importante lembrar a morte do petroleiro Luiz Cabral, que caiu ao acessar o teto de um tanque na Refinaria Reduc, no Rio de Janeiro, que cedeu devido às más condições da estrutura.

A unidade também apresenta uma quantidade elevada de linhas internas com remendos (bacalhau) e braçadeiras nas tubulações de petróleo por causa de furos, devido à baixa espessura.

O sindicato também alertou para as poucas válvulas em estoque, que têm dificultado a manutenção das que estão com defeito e que dão passagem ao combustível.

Alemoa
No terminal Transpetro de Santos, o sindicato reclamou da utilização de caldeiras alugadas sem acompanhamento dos funcionários da Transpetro, em descumprimento ao que diz a norma regulamentadora 13.

O diretor Marcelo Juvenal chamou a atenção também para as válvulas de PSV, que em caso de instabilidade operacional, ou outro problema, aliviam a pressão para a tocha e depois para a atmosfera, criando uma nuvem de GLP altamente explosiva, que expõe os trabalhadores da sala de controle a explosões. Localizada entre quatro tanques refrigerados e seis esferas de GLP, o risco de uma explosão é ainda maior ao verificar que a em sala de controle fica entre quatro tanques refrigerados e seis esferas de GLP.

Economia x segurança e saúde do trabalhador
As iniciativas do governo federal de privatizar a Petrobrás e suas subsidiárias são responsáveis pela deterioração das plantas e equipamentos e expõe os trabalhadores a riscos de acidentes, doenças e morte. O terminal Alemoa, por exemplo, que passa por um processo de leilão de parte significativa de suas instalações, é um exemplo de que os problemas estruturais causados pela falta de manutenção e investimento é uma iniciativa deliberada da gestão bolsonarista na empresa, que visa se desfazer desse importante ativo para a Petrobrás e que gera milhares de empregos na região.

A diminuição do quadro de funcionários e as constantes reduções de gastos com manutenção provocam a deterioração dos equipamentos e sistemas, criando situações cada vez mais inseguras que podem levar a uma tragédia.

Graças as denúncias dos trabalhadores e da participação ativa do Sindipetro-LP em auditorias e fiscalizações nas unidades temos evitado essas tragédias. O sindicato reforça a importância das denúncias dos trabalhadores e tem agido de todas as formas possíveis para barrar o avanço da privatização na região.

Merecemos mais!

Basta de perdas!