As verdades por trás das mentiras da Petrobrás

Fake news

O país assiste a uma reabertura geral do comércio. A doença ainda está fora de controle, mas muitos políticos e gestores de empresas resolveram fingir que o vírus desapareceu.

A pandemia já ultrapassa 60 mil vítimas e os gestores da Petrobrás, que seguem à risca a cartilha de Bolsonaro, disseminam mentiras para privatizar a empresa e retirar ainda mais direitos dos trabalhadores.

A seguir uma lista de 4 mentiras e 1 verdade pinçadas da apresentação da diretoria sobre o ACT, na última terça-feira (30/6):

 1º) Claudio Costa afirma que estão "mantendo o trabalho presencial nas áreas operacionais somente para atividades essenciais". MENTIRA!

O caso do COMPERJ não deixa dúvidas: trata-se de uma instalação não operacional, ainda em obras, portanto sem qualquer relação com atividades essenciais. Absurdamente, um acordo sem envolvimento dos trabalhadores, entre as empresas contratadas e a prefeitura de Itaboraí, consentido pela gestão da Petrobrás, determinou a retomada da obra contando com 100% do pessoal terceirizado no site. Isso corresponde a cerca de 4 a 7 mil pessoas! É completamente impossível garantir condições seguras para esse contingente no ápice da pandemia, uma vez que há locais onde é inevitável a aglomeração, como refeitórios, vestiários, entrada e transporte.

Não bastassem esses absurdos, agora até mesmo a gestão da Petrobrás está forçando a retomada das atividades presenciais para determinados grupos de funcionários próprios!

O resultado dessa desastrada irresponsabilidade é desolador. Já se tem conhecimento de centenas de pessoas infectadas com a COVID-19 no local, além de 6 óbitos, sendo 5 deles de maio para cá.

2º) Cláudio Costa diz que "o ajuste de composição de custeio do plano de saúde de 70/30 para 60/40 é uma demanda legal". MENTIRA!

A famigerada Resolução 23 da CGPAR é apenas uma normativa de um órgão executivo, sem qualquer força de lei. Ela já surgiu com diversos questionamentos, tanto que já existem liminares (da FNP e de outras federações de empresas públicas) conquistadas contra ela. A constitucionalidade dessa resolução está em xeque no congresso nacional com um projeto que assusta e que já foi aprovado por duas comissões, restando apenas ser votado em plenário.

3º) Castello Branco afiram que não querem “fazer demissão em massa". MENTIRA!

Já foram feitas apresentações à força de trabalho nas quais é explicitada a intenção da gestão de reduzir drasticamente o quantitativo de petroleiros empregados. Os mecanismos variam dos planos de demissão voluntária, passando pelo que chamam de demissão por baixo desempenho (por meio da desonesta curva forçada com toda sua subjetividade e concentração de poder de decisão no gerente), até as demissões coletivas, como se deu no caso da fábrica de fertilizantes Araucária (na qual cerca de 300 petroleiros próprios e mais por volta de 700 contratados foram sumariamente demitidos).

4º) Castello Branco, ao citar John Kennedy , disse: "Não pergunte o que a América pode fazer por você. Faça você pela América". VERDADE!

Aqui se revela a reprodução de uma ignorância geográfica - uma vez que a América compreende também todo o "pequeno" território ao sul do Rio Grande e o Caribe - além da ignorância histórica ao exaltar uma figura que respaldou o golpe de 64 ao sugerir intervir militarmente no Brasil para tirar Jango do poder.

No entanto, retrata um raro momento de sinceridade em que White Castle abre seu coração estrelado e listrado em vermelho e branco. O ato falho deixa transparecer sua postura, sua ideologia e seu lema que tenta aplicar à sua gestão na Petrobrás: Vamos doar tudo para os EUA, sem questionamentos e sem esperar recompensas. Tudo a ver com gestores que citam a três por quatro, além do Kennedy, Churchill, Bismark, Margaret Thatcher... são brasileiros envergonhados, colonizados mentalmente, que não conseguem pensar em nenhum outro brasileiro (dentre tantos brilhantes) para serem citados.

Não vamos deixar que entreguem tudo, doa a quem doer! Resistir é preciso!

Fonte: FNP