Abertura de CAT para Covid-19 e outros pontos foram tema de reunião com o RH da RPBC

Problemas

Desde o início da pandemia pelo novo coronavírus, o Sindipetro-LP tem se empenhado em conscientizar a categoria e cobra medidas da empresa para conter o avanço do vírus nas unidades. A briga agora é para que a empresa reconheça sua responsabilidade e abra a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para os casos já confirmados na refinaria. A CAT deve garantir os direitos do trabalhador e responsabilizar a empresa pelo contágio causado pela negligência dos gestores da companhia. 

Infelizmente, a negligência dos gestores da Petrobrás, quando muito, suas medidas ineficazes, não foi capaz de evitar que a pandemia se espalhasse na RPBC e vitimasse três petroleiros da refinaria, que provavelmente se contaminaram durante suas atividades laborais. 

Os fatos já foram expostos para a categoria, que viu de perto como a doença se desenvolveu na refinaria: faltou máscaras, álcool gel, distanciamento nas filas e restaurantes, desinfecção nos locais de uso comum, salas de monitoramento e afastamento de pessoas com suspeitas de estarem com Covid-19. O quadro perfeito para que a doença se espalhasse e levasse alguns dos nossos, que dedicaram suas vidas para manter a operação, enquanto no mundo todo as indústrias reduziram suas produções. Fomos no sentido oposto e estamos pagando com a vida do trabalhador petroleiro a ganância da gestão bolsonarista no comando da empresa.  

Um desses companheiros foi Antonio Carcavalli, um expoente da luta contra o coronavírus na RPBC, que morreu no dia 30 de maio, depois de ter contraído a Covid-19 de colegas. O sindicato exige que seja reconhecido o óbito por doença do trabalho do nosso companheiro Carcavalli, bem como todos os casos confirmados de Covid-19 para que a Petrobrás registre a CAT junto a Previdência Social. 

A gestão da RPBC alega que seguirá as orientações da EOR e do RH corporativo, que até agora se recusam a abrir as CATs. O Sindipetro-LP realizou a abertura da CAT do companheiro Carcavalli, como forma de garantir os direitos da família e de continuar a luta pela saúde e segurança da categoria, da qual Carcavalli se orgulhava de fazer parte e brigou ativamente, até o último dia de sua vida, para que fosse protegida.

Testes rápidos para todos
O Sindipetro-LP acredita que não pode haver distinção entre petroleiros próprios e terceirizados, todos devem ser testados. Já bastam as diferenças nas condições de trabalho, das quais as “gatas” se aproveitam para lucrar mais. A RPBC também deve se responsabilizar pelos testes feitos na portaria 10, que hoje são realizados no canteiro e sem supervisão. Além disso, reforçamos que todos os trabalhadores recuperados devem ser submetidos a testagem no retorno ao trabalho, para garantir que estejam saudáveis e não transmitirão o vírus. 

O RH informou que os testes rápidos estão em andamento e um segundo ponto de testagem será aberto, o que inclui a testagem na portaria 10. A refinaria acena para a volta da normalidade, ao indicar que se prepara para estender a testagem. 

Protocolo médico de afastamento
O sindicato é contra o protocolo adotado pela RPBC, que não atende a recomendação da Organização Mundial da Saúde. Exigimos que o trabalhador seja encaminhado para exame complementar PCR todas as vezes que a testagem rápida confirmar a presença de IgM positivo. Não podemos aceitar que os petroleiros sigam trabalhando com Igg e Igm positivos. O Sindipetro-LP não medirá esforços para evitar que novos casos coloquem em risco a saúde de todos, e trabalhará para responsabilizar os gestores da companhia, bem como fez ao denunciar os médicos próprios e contratados da RPBC, que não afastaram os trabalhadores com suspeita de Covid-19, ao Conselho Regional de Medicina (CRM). 

Atestados médicos por Covid-19
Alguns trabalhadores que foram afastados pelo médico do sindicato ainda não tiveram os dias tratados. Eles estavam sob atestado de afastamento, mas estes ainda não foram aceitos e validados pelo RH, que alegou que a saúde ocupacional corporativa está analisando se irá validar estes atestados, tanto da RPBC quanto de outras refinarias. O Sindieptro-LP não aceitará outra resposta que não a validação dos atestados. Caso não ocorram, o jurídico do Sindipetro será acionado.

Cursos na pandemia
Devem ser mantidos suspensos todos os cursos em função da redução do efetivo e da operação suprir apenas atividades essenciais na pandemia, pois os cursos estão sendo feitos de forma concomitante as atividades diárias, o que é proibido pela portaria de cursos EAD e NR-1. O Sindipetro tem recebido denúncias de que estão ocorrendo cursos nesse período. Cobramos do RH o adiamento dos cursos e não vamos aceitar que a prática de serviços não essenciais aumentem o risco para os trabalhadores