Primeiras Assembleias no LP seguem indicativo da FNP e rejeitam proposta da Petrobrás para o ACT

RPBC, Tebar e UTGCA



Os petroleiros do grupo 2 e 3 e administrativo da RPBC e UTE Euzébio Rocha realizaram nesta quarta-feira (2) as primeiras assembleias na porta da unidade, em Cubatão, para analisar a proposta de acordo coletivo da empresa e votar. Na mesma data, e horário aconteciam respectivamente assembleias na UTGCA, em Caraguatatuba, e no Tebar, em São Sebastião. As assembleias aconteceram às 7h e 19h. Por maioria absoluta a categoria rejeitou a proposta da Petrobrás, e aprovou os indicativos da FNP.

A rejeição à proposta da Petrobrás e parceira não é por menos. Os ataques aos direitos dos trabalhadores neste ACT estão no congelamento dos salários por um ano e na mudança do custeio da AMS, aumentando a participação dos trabalhadores dos atuais 70/30 (sendo a maior participação da empresa), para 60/40 em janeiro de 2021 e 50/50 em 2022.

A proposta prejudica principalmente quem recebe menos e está na faixa etária maior, como é o caso de uma grande parcela dos aposentados e pensionistas. Nas bases do LP, essa categoria conta com uma estrutura para depositar seu voto, ou por aplicativo ou por call center, mas é certo que em âmbito nacional não alcançaremos a maioria que costuma participar das assembleias presenciais.

A diretoria do Sindipetro-LP tem feito um alerta durante as assembleias, chamando a atenção para uma situação que será colocada aos trabalhadores e que não está sendo debatido amplamente: a criação de uma associação para gerir a AMS poderá causar prejuízos que serão divididos meio a meio com a categoria.

Assim como ocorre na Petros, cuja má gestão está obrigando os petroleiros a pagarem taxas extras para equacionamento de uma dívida que sequer foram responsáveis, os riscos do mesmo acontecer com a AMS são enormes. Isso porque uma associação não tem as mesmas limitações que uma empresa pública têm, como no caso da Petrobrás, que para contratar um serviço precisa chamar licitação, em um processo mais transparente.

Ao assinarmos o acordo coletivo com a proposta da Petrobrás de custeio da AMS de 60/40 em janeiro de 2021 e 50/50 em janeiro de 2022, os prejuízos causados pela má gestão do nosso plano de saúde serão cobrados de nós, que estaremos pagando metade dos custos da AMS.

Esse é mais um motivo para rejeitarmos essa proposta e partirmos para a luta!

Vale lembrar que desde o começo das negociações, a FNP indicou a decisão da categoria, que diante da pandemia por coronavírus entendeu que o acordo coletivo deveria ser prorrogado por um ano, ou até que a pandemia acabasse. Em nenhum momento os gestores da Petrobrás ouvira a federação, colocando como nula as chances de prorrogação. No sistema Petrobrás foram registradas 19 mortes de petroleiros, próprios e terceirizados, vítima da covid-19. Dentre eles, o operador Antonio Carcavalli, cipeiro, trabalhador combativo e dedicado, que no início da pandemia cobrou da empresa medidas para conter a doença, que acabou o matando.

Creditamos essa e as demais mortes por covid-19 no sistema Petrobrás aos gestores da companhia, que em nome do lucro, negligenciaram a saúde da categoria, abrindo a porta da empresa para o coronavírus.  

Basta de perdas!