Terceirizadas do Edisa Valongo adotam política negacionista e ignoram exames positivos

Só absurdo!

O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista vem recebendo inúmeras denúncias e reclamações de que as empresas terceirizadas que atuam no Edisa Valongo estão primando pela negligência em relação as medidas de prevenção e combate à contaminação por Covid-19 entre a força de trabalho. 

As reclamações dão conta de que essas empresas estão mascarando o retorno dos trabalhadores e trabalhadoras que tiveram resultado positivo no teste rápido (ensaios imunocromatográficos).  Para piorar o quadro, a chefia das terceirizadas não está mandando fazer RT-PCR. O teste RT-PCR identifica o vírus da Covid-19 no período em que está ativo no organismo. O que obrigaria afastamento pelo período de 14 dias e a emissão de CAT por doença ocupacional. O tempo entre a exposição à COVID-19 e o momento em que os sintomas começam (período de incubação) é geralmente de cinco a seis dias, mas pode variar de 1 a 14 dias. O que está sendo feito, de maneira muito distorcida, é conceder apenas 7 dias de afastamento se os terceirizados estiverem assintomáticos. Um tremendo crime já que isso pode fazer com que o vírus se propague no local.

A coisa não para por aí! Os trabalhadores testados como positivos não estão mais fazendo a testagem rápida o que demonstra que não há a menor preocupação com a reinfecção por coronavírus. Alguns estão voltando às atividades sem o PCR e por somente estarem assintomáticos. Os testados negativos para o RT-PCR estão sendo retirados da lista para testagem rápida. E a “cereja do bolo” é que os terceirizados afastados por código de quarentena, mesmo tendo ou não confirmação da doença, estão sendo retirados da lista de testagem rápida. Uma clara demonstração de descaso à vida da força de trabalho.

A força de trabalho não está também recebendo o recibo do resultado do teste, ou seja, não há comprovante que foi feito. Além disso, está havendo discriminação entre os petroleiros próprios e terceirizados na hora de fazer os exames. A conduta contraria o código de ética da empresa que veda discriminação. Os contratados não estão mais fazendo o teste PCR, e sim, fazendo teste rápido, sendo afastados por 7 dias e voltando ao prédio para refazer o mesmo teste rápido que não tem função de diagnóstico.

Para os donos das “gatas”, o que importa é o lucro acima de tudo e mesmo que isso implique em mortes já que não é segredo para ninguém que a negligência no sistema Petrobrás já ceifou a vida de 18 trabalhadores.

O Sindipetro é contra o protocolo adotado por essas empresas, que não atende a recomendação da Organização Mundial da Saúde. Exigimos que o trabalhador seja encaminhado para exame complementar PCR todas as vezes que a testagem rápida confirmar a presença de IgM positivo. Não podemos aceitar que a força de trabalho siga trabalhando com Igg e Igm positivos. O Sindipetro-LP não medirá esforços para evitar que novos casos coloquem em risco a saúde de todos, e trabalhará para responsabilizar os gestores da companhia, bem como, das “gatas”, que não afastaram os trabalhadores com suspeita de Covid-19.

UN-BS reza duas cartilhas
A gestão da UN-BS parece que reza duas cartilhas para o tema Covid-19. Para os trabalhadores dos prédios é exigido um teste rápido (ensaios imunocromatográficos), a cada 15 dias, para que voltem o mais rápido possível para às atividades laborais. Já para os das plataformas que desembarcam não existe nenhum tipo de testagem mesmo que isso contrarie o item 7 do protocolo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).  “O desembarque de tripulante assintomático, após o cumprimento de sua jornada de trabalho embarcado, deverá ocorrer após avaliação de saúde, incluindo a realização de teste rápido, sempre que possível. No caso de relato de sintomas ou resultado positivo do teste rápido, o tripulante deverá ser orientado quanto a necessidade de realização de isolamento domiciliar ou em hotel”.

A parceria do Sindipetro-LP juntamente com o Sindipetro-RJ e UNIRIO tem demonstrado que é possível a realização dos testes o que é bem diferente do que a Petrobrás faz. A testagem, que começou na semana passada, busca criar um panorama da doença ente os petroleiros próprios, terceirizados, de afretadas e do aeroporto de Jacarepaguá.

A diretoria do Sindipetro exige que a categoria petroleira seja tratada com respeito e que a Petrobrás realize testes, não só nos embarques, mas a bordo e nos desembarques de todos os trabalhadores.