As evidências encontradas pela Petrobrás no pré-sal da Bacia de Campos são de gás natural

bloco CM-657

A Petrobrás identificou a presença de hidrocarbonetos no primeiro poço pioneiro perfurado no bloco CM-657, no pré-sal da Bacia de Campos. As indicações são do gás natural, segundo informações enviadas pela empresa à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), esta semana.

O poço 1-BRSA-1376D-RJS, apelidado de Naru, foi perfurado a 308 km da cidade do Rio de Janeiro, em lâmina d’água de 2.892 metros. A evidência foi encontrada em reservatórios carbonáticos da seção pré-sal da Bacia de Campos.

“Os dados do poço serão analisados ​​para melhor avaliar o potencial e direcionar as atividades exploratórias na área”, afirmou a Petrobras, em nota.

A informação de que foi feita uma notificação de sinais de gás, por si só, não é suficiente para confirmar a descoberta de um novo campo de gás natural, nem de que não há petróleo na região do bloco. Publicamente, os únicos dados divulgados pela ANP são o tipo de fluido notificado (gás, óleo, ambos ou “fluido não caracterizado”).

O bloco CM-657 faz parte da onda de novas contratações de blocos em uma região inexplorada das bacias de Campos e Santos. Eles estão localizados além do polígono do pré-sal. O CM-657, portanto, é contratado em regime de concessão, mais atrativo para as empresas.

É uma região onde podem ser encontrados futuros campos do pré-sal, dado o grande número de blocos contratados nos últimos anos. Não há, entretanto, campos em produção, nem infraestrutura para a produção de óleo e gás. Em caso de sucesso exploratório, uma nova fronteira também será aberta para investimentos em gasodutos e equipamentos submarinos.

Em amarelo, os blocos exploratórios contratados em regime de concessão (fora do polígono do pré-sal) e compartilhados no entorno do CM-657, nas bacias de Campos e Santos (fonte: EPE)

O que são notificações
As notificações de hidrocarbonetos não são necessariamente novas descobertas de petróleo ou gás natural. Um poço pode, por exemplo, identificar a presença de hidrocarbonetos, mas posteriormente ser classificado como “seco com evidência”. Outra possibilidade é descobrir um reservatório com gás, óleo ou ambos, mas sem viabilidade de produção, devido às más características geológicas.

Os operadores são obrigados a informar a ANP sempre que forem identificadas evidências de hidrocarbonetos durante a perfuração ou nas análises posteriores dos poços.

Fonte: O petróleo