Novos contratos serão orientados a fazer visita técnica e conversar com sindicatos sobre tabela unificada

Após pressão dos terceirizados

A pressão dos trabalhadores terceirizados da RPBC, que no início da semana realizaram uma assembleia histórica, aprovando o estado de greve, com o intuito de forçar a empresa a agendar uma reunião para tratar da implementação da Tabela Salarial Unificada (clique aqui para ver a tabela) em seus novos contratos, surtiu efeito. 

Diante da pressão da categoria, o gerente geral da refinaria participou nesta sexta-feira (16) de reunião virtual com os representantes do Sindipetro-LP, da Comissão dos Desempregados, dos sindicatos dos metalúrgicos e da Construção Civil.

Conforme passado em reunião, apesar da RPBC não ter poder para colocar a tabela unificada nos editais de licitação, o gerente geral da refinaria se comprometeu a colocar nos certames da licitação orientação para que as empresas façam uma visita técnica à refinaria e que procurem os sindicatos locais, que deverão apresentar a tabela unificada como única tabela praticada na RPBC.

Para os representantes dos terceirizados, a resposta da gerência da refinaria é positiva, pois além de colocar orientação de visita técnica e contato com os sindicatos nas licitações, o gerente geral se comprometeu a fiscalizar os acordos coletivos dos trabalhadores contratados.

Vale lembrar que a resposta da gerência da refinaria às reivindicações dos terceirizados não foi um acaso ou boa vontade do GG, mas sim o resultado das mobilizações da categoria, articulação dos trabalhadores e união dos sindicatos e Comissão dos Desempregados, que desde 2019 lutam para que a tabela unificada seja aplicada em todos os novos contratos da refinaria.

Com o compromisso assumido pelo gerente geral da RPBC, esperamos que atos de assédio, como o que se viu logo após a assembleia, não se repitam mais.
De acordo com os trabalhadores, após o retorno dos terceirizados para suas atividades, um gerente de manutenção da Petrobrás reuniu um grupo de trabalhadores em uma sala e os ameaçou de demissão, caso entrassem em greve. Os sindicatos e Comissão de Desempregados não tolerarão assédio desse tipo e estarão de olho nesses gerentes que se sentem acima da lei, mas que podem ser responsabilizados por assédio, juntamente com a empresa. 

Graças à união de todos conseguimos barrar, ao menos em parte, as manobras das “gatas” em reduzir salários e benefícios em busca de lucro à custa do sacrifício da classe trabalhadora. O exemplo da luta dos petroleiros contratados do polo petroquímico de Cubatão deve servir de exemplo para as categorias das bases onde o processo de precarização dos empregos terceirizados avançam. Com a organização dos sindicatos e com a categoria unida e mobilizada podemos avançar com nossas pautas.

Com a lei da terceirização, a responsabilidade das empresas contratantes diminuiu, deixando os trabalhadores à própria sorte, com salários reduzidos, muitas vezes com pagamentos atrasados, quando não, demitidos sem qualquer vislumbre de receberem seus direitos, prejudicados por empresa que declaram falência para não ter que pagar os trabalhadores.

Continuamos mobilizados e atentos aos próximos contratos que serão assinados na refinaria. Ao menor indício de descumprimento do que for acordado, os trabalhadores estarão apostos, prontos para fazer valer a decisão da maioria.