Defender nossos empregos nos coloca como alvos de punições e demissões: estejamos preparados

Ataques de todos os lados

A gestão bolsonarista no comando da empresa tem mantido a pleno vapor a “caça às bruxas” a dirigentes sindicais e trabalhadores petroleiros que se manifestam contra a privatização de unidades e que participaram da última greve, em fevereiro de 2020. O caso mais recente e emblemático aconteceu em Minas Gerais, na Refinaria Gabriel Passos (REGAP), com a suspensão por 20 dias do dirigente sindical Cristiano Almeida. O “erro” de Cristiano e de outros três companheiros, Thiago Machado (5 dias), Leonardo Auim (25 dias) e Gustavo Helmold (17 dias), foi se posicionar contra a privatização da Regap, que desde setembro de 2019 está na esteira da “feira do rolo” da privatização de Bolsonaro/Paulo Guedes/Castello Branco.

Nas bases do Sindipetro-LP, as punições e retaliações contra uma categoria aguerrida acontecem de diversas formas, seja por ações truculentas, como demissões e suspensões ou em forma de “remanejamento de pessoal” e “mudança de estratégia da empresa”, dentre outras desculpas sem qualquer base de verdade. Um exemplo claro dessa forma velada de assédio foi a mudança de base de representatividade de cerca de mil petroleiros das plataformas, assistidos pelo sindicato, que do dia para a noite a Petrobrás anunciou que estariam sob a jurisdição do Sindipetro-RJ, ignorando que muitos desses trabalhadores são moradores fixos do Litoral Paulista.

Em março, quando o mundo todo se remanejava para combater o coronavírus e quando o Brasil computava os primeiros casos da Covid-19, Castello Branco demitiu seis trabalhadores da P-67, por terem participado da greve. Felizmente, o jurídico do sindicato conseguiu reverter as demissões, mas não sem resistência por parte da empresa. Outros cinco, da P-66 foram suspensos por 14 dias e um trabalhador da área de Saúde também foi notificado de suspensão por “insubordinação”. Todas as punições foram motivadas porque os envolvidos aderiram à greve contra as demissões dos companheiros de Araucária, em fevereiro, que teve ampla participação da categoria e foi crucial para inibir, ao menos em parte e por um tempo, o avanço da privatização que está à toda velocidade.

As demissões são as manifestações mais graves de assédio por parte da empresa, mas as punições que acontecem atentam da mesma forma para inibir a adesão da categoria às mobilizações organizadas pelo sindicato. Os desafios da categoria só aumentam: passamos por uma tentativa de reforma administrativa, que impacta diretamente o trabalhador petroleiro e o governo Bolsonaro recebeu no começo de outubro carta branca do Supremo Tribunal Federal (STF) para continuar a venda de refinarias da Petrobrás e seus respectivos ativos logísticos, sem necessidade de pedir autorização ao Congresso e Senado.

Por tudo isso, se faz urgente e necessária a união da categoria para o que há de vir. Estejamos unidos: Juntos somos mais fortes!