Sindipetro-LP exige do gerente geral da RPBC reabertura imediata do restaurante K-09

Por risco de propagação do coronavírus

O número de casos de coronavírus voltou a crescer em algumas cidades da região e em todo o país, o que tem gerado preocupação aos trabalhadores e sindicato. Na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), após o surto de coronavírus que se alastrou pela unidade no começo da pandemia, e que provocou a morte de três trabalhadores petroleiros, a gerência da unidade parece ter afrouxado os cuidados de prevenção ao vírus.

Diante disso, no dia 4 de setembro e 30 de outubro o Sindipetro-LP cobrou em reuniões com o RH e SMS local que reabrissem o espaço então fechado para melhor distribuir o número de trabalhadores, como medida de segurança ao novo coronavírus, evitando assim aglomeração desnecessária no restaurante principal no centro administrativo. Nesta semana, mais uma vez, o sindicato cobrou providências, enviando ofício à gerência geral da RPBC para imediata reabertura do refeitório auxiliar K-09.

De acordo com várias denúncias anônima dos trabalhadores pelo whatsapp oficial do sindicato,  além de constatado pelo sindicato durante as últimas semanas e conforme evidenciado também pela Cipa, durante as pouco mais de duas horas de almoço no refeitório, o que se vê são filas extensas, que geram espera de até 30 minutos para que o trabalhador possa almoçar; aglomeração nas estações de distribuição dos alimentos, agravado pelas atitudes truculentas e ameaçadoras aos trabalhadores pelo fiscal coordenador do SOP restaurante, apressando-os para que sejam servidos rápido; terceirizados sujeitos a utilizarem transportes lotados, na ida e volta ao trabalho e no trajeto para o almoço, dentre outras situações que vamos relatar.

Enquanto provoca a aglomeração durante o horário do almoço, a RPBC mantém fechado o refeitório K-09, que foi reformado no ano passado para atender o aumento de trabalhadores na unidade, devido a parada que acontecia. No entanto, com duas paradas acontecendo simultaneamente em plena pandemia, quando deveria estar aberto para desafogar o gargalo de pessoas expostas ao coronavírus, o restaurante permanece fechado, podendo vir a se deteriorar devido à falta de uso dos equipamentos.

Afrouxamento na prevenção ao coronavírus abre as portas para a segunda onda da pandemia na RPBC
Apesar de muitas pessoas estarem agindo como se a pandemia por coronavírus tivesse passado, as autoridades de saúde apontam o surgimento de uma segunda onda do vírus.
A nova onda do coronavírus avança sobre a Europa, fazendo com que países que já ensaiavam o retorno da normalidade voltassem a estabelecer medidas para conter a doença. Em São Paulo, o aumento de internações de pacientes das classes A e B por covid-19 reacenderam o alerta das autoridades de saúde para o crescimento dos casos de coronavírus também para a classes C, D e E.

Na refinaria, a segunda onda pode chegar diante do afrouxamento das medidas de precaução ao coronavírus. Isso porque além das paradas que acontecem e do efetivo operacional, que mesmo com o afastamento das pessoas dos grupos de risco mantinha preocupantemente um número de trabalhadores expostos, as gerências da refinaria estão cobrando que o pessoal do administrativo, que estava em home office, retorne para suas atividades presencialmente na unidade, o que gera ainda mais aglomeração no refeitório e expõe desnecessariamente centenas de trabalhadores.

Também observamos que as pessoas estão indo trabalhar e muitas delas, por não perceberem ou por não darem a importância devida aos sintomas, ao invés de passarem pelo teste rápido antes de iniciarem seus afazeres, adentram a unidade, trocam de roupa, realizam algumas atividades para só então fazerem o teste, que muitas vezes dá positivo para a presença de coronavírus, sendo então orientados a retornarem para suas casas. É sabido por todos que o coronavírus pode ser brando ou sem qualquer sintoma para uns e agressivo e fatal para outros. No entanto, esse “jeitinho” de adiantar as coisas adotado por alguns petroleiros pode estar agravando o contágio da doença na refinaria e causar morte.

A reação de descaso ao teste pode ser devido a outro problema que só tem se agravado na RPBC: a superlotação da sala de testes no período da manhã. Há relatos de espera pelo teste rápido de até duas horas.

É urgente que a Petrobrás e a RPBC retomem os cuidados que estavam sendo tomados logo após o surto de coronavírus dentro da empresa. Foi essa mesma displicência com a doença que causou a morte de companheiros como Antonio Carcavalli, José Carlos Nunes e Jorge Roberto Cláudio de Jesus, e outros 16 trabalhadores, vítimas da covid-19 no sistema Petrobrás.

Por todos eles e para preservar nossas famílias e amigos, que exigimos a reabertura do K-09 e rigor imediato às medidas de prevenção ao coronavírus.

Basta de perdas!