P-69 contabiliza um total de 28 petroleiros contaminados por Covid-19

Surto e caos

A situação da P-69 piorou drasticamente desde que divulgamos o surto de Covid-19 dentro da unidade. Conforme noticiamos através da matéria “Por surto de Covid-19, 31 trabalhadores da P-69 são obrigados a desembarcar” uma equipe de saúde embarcou ontem (17) para realizar testagem de PCR em toda a força de trabalho. No total mais 11 petroleiros tiveram resultado positivo e todos estão assintomáticos.

A plataforma agora conta com 28 trabalhadores doentes. Se levar em conta que atualmente POB da unidade é de 140 pessoas a média de contaminação é muito alta o que caracteriza surto da doença. Nesta quarta-feira (18), mais 30 petroleiros irão desembarcar porque são contactantes. Diante dessa situação, a gerência da unidade resolveu que ao invés de parar a produção vai embarcar funcionários para compor equipes de emergência (EOR).

A empresa está fazendo de tudo para não parar a plataforma e não dá previsão de desembarque dos trabalhadores que já completaram 14 dias de embarque. Além de permitir a disseminação do vírus eles acabam sacrificando quem está a bordo já estão sendo obrigados a trabalhar em dobro e correndo o risco de ficar doente. Isso é o mesmo que “brincar” de roleta russa só que a arma fica nas mãos da UN-BS. Tal atitude deixa ainda mais evidente a conduta dos gestores que se preocupam apenas com o lucro visando dividir com os acionistas um bônus “bem generoso” enquanto oferece migalhas para o chão de fábrica como proposta de PLR.

Isso demonstra, mais uma vez, que a política genocida e negacionista do presidente Jair Bolsonaro e que foi perpetuada por Roberto Castello Branco, desde o inicio da pandemia, gerou frutos dentro do Sistema Petrobrás.

O Sindipetro-LP continua acompanhando o caso de perto e exige que a testagem pós desembarque seja implementada imediatamente. Com essa medida será possível determinar antecipadamente a contaminação a bordo. Além disso, a diretoria do Sindicato exige que seja emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) já que a força de trabalho foi contaminada enquanto estava embarcada.

A Operação Ouro Negro, composta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a ANP, a ANVISA, criou um protocolo de recomendações para as empresas a operadoras e prestadoras de serviço na cadeia de petróleo que recomenda a emissão de CAT em caso de contaminação do trabalhador pelo coronavírus a bordo. O Superior Tribunal Federal (STF) também reconhece a Covid-19 como acidente de trabalho, seja por doença profissional ou doença do trabalho equiparada ao acidente.

O Sindicato orienta que os trabalhadores procurem seus diretores de base e liberados para abertura da referida CAT, caso a empresa não faça isso.

Números alarmantes
O caso da P-69 não é isolado. No mês de outubro foram contabilizados 5 casos e outros suspeitos na P-56 e na semana passada 12 trabalhadores da P-25 tiverem o teste positivo para o coronavírus. As duas unidades estão localizadas na Bacia de Campos.

Os números são alarmantes apesar de a empresa continuar a fazer “vista grossa” para a presença da Covid-19 no Sistema Petrobrás. Segundo dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), a taxa de contaminação entre os trabalhadores da Petrobrás é o dobro da média brasileira. Entre 11 de maio e 14 de setembro a empresa registrou um total de 2.065 casos apenas entre os trabalhadores próprios. Isso comprova que estamos diante de um barril de pólvora prestes a explodir graças à ganância de Roberto Castello Branco e seus comparsas. Não podemos permitir que novos casos, como da P-69, e novas mortes se tornem rotina para a categoria petroleira.