Disputa por refinarias da Petrobrás está acirrada, diz jornal

Privatização

A disputa pelas refinarias da Petrobrás no Sul está acirrada entre os grupos Raízen, da Cosan, e Ultra, donos dos postos Ipiranga. A refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, é a mais cobiçada. A Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, é a opção para quem perder a disputa. A informação foi dada pelo jornal Valor Econômico.

Como parte do processo de desinvestimento da estatal, ela escolherá a melhor oferta para cada unidade e discutirá o contrato com a possível compradora antes de fechar o contrato. Pelas regras da ANP, um grupo econômico não pode ter duas unidades de refino na mesma região, para que não se crie um micromonopólio. O esperado é que quem perder a disputa pela Repar fique com a Refap.

A Repar é mais concorrida entres as refinarias da Petrobras que estão à venda por conta da sua localização. O Paraná é mais próximo de São Paulo, maior mercado consumidor de combustíveis do país, e do Porto de Paranaguá. A Refap, apesar de menos atraente, também fica em um mercado importante para as duas interessadas.

Além da Raízen e do Ultra, ainda segundo o Valor, a chinesa Sinopec e a indiana Essar também avaliam fazer ofertas pelas duas unidades. Para tentar tornar o processo de vendas mais atraente, a Petrobras decidiu concentrar o recebimento de propostas pelas unidades em um único dia.

Cosan e Ultra disputam, além das refinarias, o segundo lugar na distribuição de combustíveis no país, atrás da BR Distribuidora (BRDT3). Entrar no negócio de refino ocasionará sinergias para as duas companhias, verticalizando atividades, otimizando transporte e gerando economias fiscais. A Raízen já atua no setor na Argentina. E, além da otimizar distribuição, entrar para a área de refino pode gerar ganhos na área energética.

Processo de vendas de refinarias da Petrobrás
A estatal está em meio a um plano grande de desinvestimento em ativos. Além da Repar e da Refap, a Petrobrás está se desfazendo de outras seis refinarias. Segundos analistas, o segmento de refino foi o destaque negativo em vários resultados da petroleira por conta dos preços de combustíveis, que muitas vezes acabam por ser subsidiados.

Em outubro, o STF negou a suspensão da vendas dos ativos da Petrobrás, após a denúncia de que a companhia estaria criando “subsidiárias” apenas para privatizar setores produtivos. Além de refinarias da Petrobras, a empresa já se desfez de ativos como a Liquigás (gás de cozinha) e a TAG (gasoduto). Apenas com as unidades de refino a Petrobrás pode levantar, segundo estimativas, de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões.

Fonte: Suno