Autorização de venda da Liquigás alerta para riscos de privatização da Petrobrás

Consumidor final

Na última semana (18), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou a venda da Liquigás, parte da Petrobrás. A Liquigás é a segunda maior distribuidora de gás de cozinha no Brasil e o consórcio, liderado pela Copagaz, foi assinado entre quatro empresas: Copagaz, Itaúsa, Nacional Gás Butano (NGB) e Fogás. A Copagaz será a nova controladora da Liquigás, em conjunto com a Itaúsa, que deterá de 45% a 49,99% do capital social da Copagaz. 

Privatizações
Desde o início do mandato, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendem a venda de empresas estatais federais. Rogério Almeida, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB) , explica que, com a venda, o Governo Federal não tem mais controle sobre os preços que as distribuidoras vão aplicar para o consumidor final.

"Empresas privadas visam apenas o lucro. Não existe preocupação social. O gás de cozinha, que já foi item da cesta básica no governo Lula, era vendido no máximo a R$ 30,00. Hoje, com as privatizações, vão passar dos R$ 100 e subir cada vez mais", alerta. 

Em Pernambuco, o aumento do gás de cozinha vem sendo visto desde agosto, quando, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio variou de R$ 60 a quase R$ 80. Com isso, o gás de cozinha tem ficado ainda mais inacessível para as famílias pobres que, por vezes, dependem de campanhas solidárias de distribuição de gás. 

Para o autônomo Francisco Gomes, de Petrolina (PE), tem sido cada vez mais difícil sair das dívidas. “Um botijão por R$ 80 é um absurdo. Aqui em casa nunca faltou porque Deus sempre mostra um meio, mas é tirando o dinheiro de uma conta para outra, pedindo emprestado, comprando no cartão. A gente tem que se virar”, comenta. 

Rogério argumenta que tem sido visto um crime contra a pátria. "Esse governo entreguista está entregando todas as nossas riquezas. Estamos presenciando a Petrobras sendo fatiada e vendida aos pedaços", defende.

Fonte: Brasil de Fato